Artigos › 10/01/2025

Sou celíaco (a) Como faço para comungar?

Nos últimos anos parece ter aumentado o número de pessoas celíacas. Segundo algumas estatísticas esta condição atinge uma a cada quatrocentas pessoas. A doença celíaca é uma condição autoimune e é desencadeada pelo consumo do glúten presente no trigo, na aveia, na cevada, no centeio e em todos os derivados desses cereais. Estas pessoas são mais ou menos intolerantes ao glúten que, se consumido, lhes causará uma série de problemas, principalmente aqueles relacionados ao estômago.

A Congregação para a Doutrina da Fé já orientou em diversos momentos como proceder pastoralmente nestes casos. Nos últimos anos também a Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB) se pronunciou a respeito. Destas orientações, fica clara a permissão de se usar pão com pouca quantidade de glúten para atender as necessidades dessas pessoas possibilitando que elas, de modo, possam participar da comunhão eucarística. Para ser válida o pão a ser consagrado deve conter glúten, mesmo que seja em quantidade mínima. Entretanto, quando uma pessoa tem uma alta intolerância ao glúten que a impeça de ingerir qualquer quantidade, ela pode participar da comunhão somente sob a espécie do vinho. Se recomenda, neste caso, que a pessoa celíaca tenha a sua própria teca ou pequeno cálice e que este seja levado ao altar na hora da apresentação das oferendas.

Outras orientações importantes: as pessoas celíacas devem se apresentar aos respectivos párocos e lhes informar da sua condição. Então, em cada celebração eucarística elas podem levar a própria teca com a hóstia (se já estiver consagrada, deve ser conservada no sacrário da igreja) ou o próprio cálice para poder comungar sob a espécie de vinho. Nesse caso, é importante que também os sanguíneos

(também chamado de purificatório. É um tecido retangular, com o qual, o sacerdote, depois da comunhão, limpa o cálice, a patena e as âmbulas, e, se for preciso, a boca e os dedos) usados na purificação sejam conservados em separado. Se orienta que, quando possível, seja dada preferência às pessoas celíacas para comungarem por primeiro em uma das filas de comunhão, e que elas mesmas peguem a hóstia consagrada na teca reservada para elas.

Toda essa preocupação está baseada, portanto, na preocupação da Igreja para que todas as pessoas, sem exceção, possam participar do mistério eucarístico, centro e ápice da vida cristã.

 

 

PADRE JULIANO DUTRA, SAC

Padre palotino e professor de História da Igreja na Faculdade Palotina – Fapas.

julianodutr@gmail.com

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