Proteja-se do Câncer Colo-Uterino – Prevenção e detecção que podem salvar vidas
Diariamente, em consultório observo mulheres fortes muito dedicadas às famílias, ao trabalho, ao lar; no entanto, nem sempre à sua saúde. De acordo com o Inca (Instituto Nacional de Câncer), no Brasil, o câncer do colo de útero é o terceiro tipo mais incidente entre as mulheres. Pelo menos seis mil brasileiras morrem a cada ano em decorrência da doença.
O estilo de vida agitado e as responsabilidades diárias podem fazer com que muitas mulheres adiem ou ignorem o exame preventivo de colo uterino, capaz de identificar precocemente essa condição.
A falta de tempo pode ser um fator importante. Na verdade, múltiplos fatores podem estar associados à dificuldade das mulheres a acessarem os serviços de saúde, incluindo falta de informação, medo e ansiedade sobre o diagnóstico; bem como o desconforto durante o exame, os custos associados, além de barreiras culturais e logísticas. Enfim, tudo isso também contribui para a baixa adesão. Superar essas barreiras e promover a conscientização é fundamental para aumentar a realização do exame e a detecção precoce do câncer.
Afinal, o que é o Câncer Colo-Uterino?
O câncer colo-uterino, também conhecido como câncer cervical, afeta o colo do útero, que é a parte inferior do útero que se conecta à vagina. Esse tipo de câncer geralmente começa com alterações nas células do colo do útero, que podem evoluir para câncer se não forem detectadas e tratadas a tempo.
Como identificar o Câncer Colo-Uterino?
O câncer colo-uterino, em seus estágios iniciais, pode não apresentar sintomas evidentes. Por isso, é fundamental realizar exames regulares. No entanto, alguns sinais podem indicar a presença da doença:
- Sangramento vaginal anormal: Entre os períodos menstruais ou após a relação sexual.
- Dor pélvica persistente: Que não está
- relacionada ao ciclo menstrual.
- Corrimento vaginal incomum: Que pode
- ser espesso e com mau odor.
- Dor durante a relação sexual: Que pode ser um sinal de problema.
É importante lembrar que esses sintomas podem ser causados por outras condições menos graves. No entanto, se você notar algum desses sinais, procure um profissional da saúde.
Exames e diagnostico
- Para detectar o câncer colo-uterino,
- alguns exames são importantes:
- Papanicolau (ou citologia cervical): Um exame que coleta células do colo do útero para verificar alterações. É recomendado que todas as mulheres iniciem o exame aos 25 anos e o realizem a cada 3 anos. Disponível em todas as Unidades Básicas de saúde de forma gratuita pelo SUS.
- Colposcopia: Se o exame de Papanicolau apresentar alterações, o profissional de saúde pode realizar uma colposcopia, que é uma visualização mais detalhada do colo do útero.
- Biópsia: Se houver suspeita de câncer, uma amostra de tecido pode ser retirada para análise mais aprofundada.
Tratamento do Câncer Colo-Uterino
O tratamento para o câncer colo-uterino varia conforme o estágio da doença e pode incluir: cirurgia, radioterapia, quimioterapia e terapia alvo. Cada caso é único, e o tratamento será ajustado conforme as necessidades individuais da paciente.
Prevenção: a melhor arma
A boa notícia é que o câncer colo-uterino é amplamente prevenível. Veja como você pode se proteger:
Vacinação contra o HPV: O vírus do papiloma humano (HPV) está fortemente associado ao câncer colo-uterino. A vacina pode proteger contra os tipos mais comuns de HPV que causam câncer.
Atualmente, a vacina é recomendada pelo SUS para meninas (de nove a 14 anos) e meninos (de 11 a 14 anos), e pode prevenir 70% dos cânceres de colo do útero e 90% das verrugas genitais, em ambos os sexos. Já na rede privada a vacina HPV nonavalente está disponível para homens e mulheres de 9 a 45 anos de idade.
Exames de rastreamento regulares:
O exame de Papanicolau e o teste de HPV ajudam a detectar alterações antes que se tornem câncer.
Manter um estilo de vida saudável: Dieta equilibrada, exercícios regulares e não fumar contribuem para a saúde geral e podem reduzir o risco de câncer.
Ei mulher, cuide-se!
O câncer colo-uterino é uma condição séria, mas com detecção precoce e medidas preventivas, podemos reduzir a incidência e salvar vidas. Se você está em dúvida sobre os exames ou a vacinação, converse com um profissional da saúde. Seu autocuidado é o melhor presente que você pode dar a si mesma.
Fique atenta às informações e cuide-se bem!
A autora, colaboradora desta Revista, é Enfermeira, Especialista em Saúde Pública pela Residência Multiprofissional em Saúde Comunitária. Ozonioterapeuta.
@luanasaibro