Artigos › 12/05/2023

MARIA, Mãe que nos leva a Jesus!

Deus encarnado fez sua primeira moradia no ventre de uma mulher, Maria, que aceitando o convite da Graça e dizendo o “Sim”, tornou-se um modelo de quem faz a vontade do Pai.

 

Os Evangelhos deixam claro o papel de Maria na obra da salvação: Deus visita a humanidade e se faz uma criança; para isso, Maria constitui-

se na nova arca da aliança. O útero de Maria, por sua vez, torna-se o primeiro tabernáculo. A obra da redenção teve início no útero de Maria. É o útero da humanidade sedenta do Verbo Eterno do Pai.

Por sua imaculada conceição, isto é, por ter sido desde sua concepção preservada da mancha do pecado original, Maria foi livre de tudo o que nós padecemos, as paixões desordenadas, os apegos das coisas do mundo. E Ela foi preparada desde sempre para ser a Mãe do Filho de Deus, como nos ensina o Catecismo da Igreja Católica (cf. CIC 489).

Justamente por não ter a inclinação ao pecado, Maria teve a plenitude da liberdade para escolher. Isto torna o ‘sim’ de Maria a prova de sua liberdade, confiança e fé nos desígnios de Deus.

Exatamente pelos méritos de Cristo, Maria é chamada, escolhida por Deus para ser totalmente Dele, e ela aceita.

O Magistério da Santa Igreja, no Concílio Vaticano II, apontou Maria Santíssima como modelo de virtudes. A virtude é uma disposição habitual e firme para fazer o Bem. Permite à pessoa não só praticar atos bons, mas dar o melhor de si (CIC 1803).

Em nossa busca do discipulado de Jesus é justa, digna e de grande valia espiritual a devoção a Nossa Senhora. O nosso amor a ela, buscar imitar seus exemplos e virtudes é de grande valor para nossa salvação.

Por isso, ser devoto de Maria inclui tentar imitar suas principais virtudes, das quais Ela é modelo, humildade, fé, esperança, fortaleza, caridade e confiança. Por isso ser devoto de Maria é estar sempre perto de Jesus e “fazer tudo que Ele mandar” (Jo 2,5). Se Jesus é o caminho, Maria é quem nos mostra o caminho. Se Jesus nos leva ao pai, Maria é o sinal, a seta. Ela nos aproxima de Jesus.

Ser devoto de Maria é estar unido a Ela na oração, especialmente do Rosário, que consiste em meditar os principais acontecimentos da vida de Jesus, chamados mistérios da salvação.  Importante registrar que, a própria Virgem Maria ao aparecer em Fátima, título celebrado no dia 13 de maio, aos três pastorinhos, recomendou: “Rezai o rosário todos os dias”.

Ser devoto de Maria é confiar a Ela as súplicas que fazemos a Jesus, pois ela é nossa intercessora e conhece nossa humanidade.

Nossa Senhora de tantos títulos e de tantos nomes, nos ensina hoje a lidar com as nossas dores, a lidar com as nossas cruzes, a aprendermos a  lidar com o sofrimento.

Uma das mais fortes e profundas orações, a Salve Rainha, é dirigida a Nossa Senhora. Por seu intermédio, recorremos a Ela com confiança filial, saudando-a como Rainha e Mãe da Misericórdia, pois é Mãe de Jesus, Rei do Universo e Deus de Misericórdia. Nossa Senhora é vida, doçura e esperança. A Ela expomos nossa condição de herdeiros do pecado original, bem como nossas misérias e dores. Pedimos que Ela esteja com seu olhar voltado para nós e, no final de nossa peregrinação terrestre, mostre-nos Jesus, razão da nossa fé e da nossa esperança na ressurreição e na vida eterna.

Maria é modelo da orante perfeita, é a figura da Igreja que reza. Jesus, sim, é o único que nos leva ao Pai, mas Maria seguramente nos leva a Jesus.

 

Padre Reginaldo Manzotti

O autor, colaborador desta Revista, é pároco reitor do
Santuário Nossa Senhora de Guadalupe, em Curitiba (PR)
padrereginaldomanzotti.org.br

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