105 anos das aparições de Nossa Senhora de Fátima
105 anos das aparições de Nossa Senhora de Fátima
Relato aqui a minha experiência com a Virgem de Fátima que no próximo dia 13 de maio de 2022 fará 105 anos de sua primeira aparição aos três Pastorinhos.
Estive pela primeira vez no Santuário de Fátima em 2013, quando me senti emocionado e fui às lágrimas. Ao voltar para casa me senti impulsionado a ler sobre este grande dia das aparições e vos relato de forma resumida. Nossa Senhora de Fátima fez sua primeira aparição em 13 de maio de 1917 na pequena aldeia de Fátima, em Portugal. Em um local chamado “Cova de Iria”, ela apareceu para três pequenos pastorinhos: Lúcia, Francisco e Jacinta. Por volta de meio-dia eles brincavam pelo campo enquanto cuidavam de um pequeno rebanho quando paravam para rezar o terço, como já era de costume. Queriam voltar logo para a brincadeira e por isso rezaram à moda deles e rapidamente voltaram para o campo e foi quando viram um clarão bem similar ao de relâmpagos. Acharam que ia chover e por isso se recolheram para ir embora, quando viram um segundo clarão em cima da copa de uma árvore (chamada azinheira) e em seguida viram Nossa Senhora. Assustados, quiseram correr, mas Nossa Senhora logo os tranquilizou e pedindo que não tivessem medo, pois ela vinha do Céu.
Segundo relato dos próprios pastorinhos, a visão era de uma “Senhora mais brilhante que o Sol”, e em suas mãos pendia um Rosário. Serena e tranquila disse às crianças: “Vim para pedir que venhais aqui seis meses seguidos, sempre no dia 13, a esta mesma hora. Depois vos direi quem sou e o que quero. Em seguida, voltarei aqui ainda uma sétima vez”. E as aparições aconteceram nos sete meses seguintes, conforme o prometido. Antes de ir embora, Nossa Senhora ainda ressaltou: “Rezem o Terço todos os dias, para alcançarem a paz para o mundo, e o fim da guerra”. Na época, acontecia a Primeira Guerra Mundial.
As aparições continuaram nos meses seguintes e mesmo em meio a perseguições, maus tratos e acusações de serem mentirosos, Lúcia, Francisco e Jacinta estavam na Cova de Iria para esperar por Nossa Senhora. Tanto que na segunda aparição, havia apenas cinquenta pessoas os acompanhando. Mas isso foi mudando e na terceira aparição prometeu um milagre para que o povo acreditasse nas crianças. E na última aparição, em 13 de outubro, o milagre aconteceu. Haviam com eles mais de setenta mil pessoas e em meio a multidão, do meio das nuvens negras, o sol surgiu e começou a girar sobre si mesmo como se fosse uma imensa bola de fogo. E foi também nessa última aparição que Nossa Senhora revelou ser a “Senhora do Rosário” e pediu que ali fosse construída uma capela em sua homenagem.
Primeiro Segredo. Na terceira aparição de Nossa Senhora foi revelado a Lúcia um segredo constituído por três partes que seriam reveladas posteriormente nas demais aparições. São eles, nas próprias palavras de Lúcia: “Nossa Senhora mostrou-nos um grande mar de fogo que parecia estar debaixo da terra”. Os pastorinhos tiveram a visão do próprio inferno. Esta visão relata, que é a graça, pois Nossa Senhora já havia dito que levariam para o Céu. Se assim não fosse, creio que teríamos morrido de susto e pavor.
Segundo Segredo. “Nossa Senhora me disse que nunca me deixaria e que Seu Imaculado Coração seria o meu refúgio e o caminho que me conduziria a Deus. Que foi ao dizer estas palavras que abriu as mãos, fazendo-nos penetrar no peito o reflexo que delas expedia”. Daí sentiram no peito um amor mais ardente pelo Imaculado Coração de Maria.
Terceiro Segredo. Depois das duas partes, os pastorinhos relataram que o terceiro segredo era sobre o Santo Padre. “E vimos numa luz imensa que é Deus: “algo semelhante a como se vê as pessoas num espelho quando lhe passam por diante” um Bispo vestido de branco “tivemos o pressentimento de que era o Santo Padre”.
Hoje, 105 anos depois, parecemos viver a mesma coisa. O Papa Francisco consagra Rússia e Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria, visto que os homens ainda precisam rezar mais o terço e não continuarem a ofender a Deus. Ao chegarmos aos 105 anos desta aparição devemos agradecer a intercessão da Virgem até aqui e pedir que continue intercedendo por Portugal e pelo mundo inteiro. Eu confesso sempre que chego a Fátima dia 13, sinto estar no 13 de outubro de 1917.
O autor, Padre Gilmar Simplício, é colaborador desta revista e vigário da paróquia Santíssimo Nome de Jesus em Odivelas, Portugal
Texto publicado na edição de maio de 2022
