Um novo impulso missionário
Em outubro, nossas comunidades se voltam, de modo especial, para a dimensão missionária da fé. A Igreja existe em razão da missão que Jesus lhe confiou: “Vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos” (Mt 28,19).
A esse apelo missionário, devemos ser prontos em dizer sim, na busca permanente de ser uma Igreja em saída, acolhedora, próxima das pessoas e missionária, ou seja, que vai ao encontro de todos, como destaca o lema da Campanha Missionária deste ano de 2024: “Ide, convidai a todos para o banquete”, frase inspirada no texto de Mateus 22,9, e o tema: “Com a força do Espírito Santo, testemunhas de Cristo”.
O Papa Francisco, em sua mensagem para o Dia Mundial das Missões, ressalta que “A missão é uma ida incansável rumo a toda humanidade para convidar ao encontro e à comunhão com Deus. Incansável! Deus, grande no amor e rico de misericórdia, está sempre em saída ao encontro de cada ser humano para o chamar à felicidade do seu Reino, apesar da indiferença ou da recusa. Por isso, a Igreja continuará ultrapassando todo e qualquer limite, saindo incessantemente sem se cansar nem desanimar perante dificuldades e obstáculos, a fim de cumprir fielmente a missão recebida do Senhor”.
Oração
Lembrando que este ano de 2024 é dedicado à oração, Francisco convida todos a intensificar a “oração pela missão evangelizadora da Igreja. A oração cotidiana e, de modo particular a Eucaristia, fazem de nós peregrinos missionários da esperança, a caminho da vida sem fim em Deus, do banquete nupcial preparado por Deus para todos os seus filhos”.
De fato, a missão se faz com os joelhos que se dobram em oração, com as mãos que se abrem para servir e com os pés que vão ao encontro. Somos chamados a fazer a experiência do encontro com o Senhor, para agirmos em seu nome ajudando outros mais a fazerem, igualmente, essa experiência libertadora que converte, dá sentido e horizontes novos à vida e à missão.
Precisamos de um novo vigor missionário em nossas comunidades: ajudar as famílias a viverem sua fé; incentivar as pastorais e os movimentos para irem ao encontro das pessoas, sobretudo dos mais afastados e necessitados. Precisamos despertar para as necessidades de nossos irmãos e irmãs, principalmente os que se encontram à margem da sociedade, e para a missão ad gentes (além-fronteiras).
Novos areópagos
Tenhamos presente que a missão tem como destino a própria Igreja em seus novos areópagos, como os bairros marginalizados, os cristãos afastados, os meios de comunicação social, a política, as redes sociais e os vários ambientes de violência e que atentam contra a dignidade e a vida humana e do planeta.
Ide! Essa é a nossa missão. A comunidade é chamada a irradiar a luz e o calor de sua fé, atraindo para Cristo outros irmãos e irmãs. Quando ela age assim, acolhendo o mandato de Jesus Cristo, ela se torna lugar profético de conversão, de vida e de missão.
Todos nós podemos e devemos colaborar concretamente com a missão através da oração e da ação, com nossas ofertas, acolhendo a Campanha Missionária deste ano, e, sobretudo, com a doação de nossa própria vida, no compromisso de evangelizar até os confins do mundo.
O autor, colaborador desta Revista, é padre palotino em Coronel Vivida (PR)
lino_baggio@terra.com.br