MULHER – Fonte de Vida e Esperança na evolução da Sociedade
O mês da mulher suscita a reflexão do tema e Maria, mãe de Jesus, reafirma seu papel de modelo feminino e de protagonismo.
O debate sobre o papel da mulher na sociedade contemporânea não é nenhuma novidade. O que antes soava revolucionário e até assustador, hoje é tema diário de reflexões e preocupação social. Ouso afirmar que existe um consenso no mundo ocidental em que a equalitariedade de gêneros é crucial para uma sociedade mais justa e fraterna. Desconhece esse termo? Equalitário? Se trata de um neologismo que vou explicar em seguida.
Mas antes disso, julgo necessário resgatarmos a origem da celebração do Dia Internacional da Mulher. Esta data é um reconhecimento pelas conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres ao longo dos anos. No dia 08 de março de 1917, cerca de 90 mil operárias russas realizaram protestos reivindicando melhores condições de trabalho e de vida. Esse evento, que deu origem à celebração, ficou conhecido como “Pão e Paz”. Isso porque as manifestantes, também, lutaram contra as dificuldades decorrentes da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). A celebração foi instituída pela Organização das Nações Unidas – ONU – em 1975 e, consequentemente, adotada por diversos países. Nos primórdios, havia um objetivo em comum, o de alertar sobre o estado insalubre de trabalho no qual as mulheres estavam sujeitas; bem como a diferença de salários e as jornadas exaustivas. Entretanto, a cada ano, a conscientização das diferenças entre os gêneros aumenta e as mulheres repensam suas reivindicações e posicionamentos.
A partir desse resgate volto para o termo equalitário, pois ele é a evolução do termo igualitário. Significa dispor dos recursos de forma que as pessoas obtenham o que precisam. Exemplificando: Se as mulheres geram crianças, precisam cuidá-las e educá-las. Logo, precisam de uma série de recursos para viabilizar e compatibilizar com a jornada de trabalho. Se entrarmos nesta seara, o debate vai longe, mas meu intuito é situar este tema no tempo e espaço.
Cada vez mais temos conhecimento de episódios de feminicídio, abuso sexual, falta de atendimento de saúde, justiça e uma série de questões que rompem os direitos femininos. E a reflexão chega inclusive no campo teológico, nas estruturas da Igreja, que cada vez mais demonstra esforços para que a mudança aconteça. Mas não podemos ser idealistas e precisamos entender que as grandes mudanças não acontecem do dia para a noite. Cada fiel, seja ele de que gênero for, pode e deve colaborar para o reconhecimento da contribuição da mulher na construção do reino de Deus. E aí destaco a presença das irmãs, missionárias e todas as vocacionadas que devotam a sua vida para a solidariedade e tem Maria como exemplo feminino de seguidora de Jesus Cristo.
Maria, é escolhida para ser a mãe de Jesus, Deus em forma de homem. A ela cabe a missão de criar aquele que anunciará que é o caminho, a verdade e a vida. Daí reconhecemos a grandeza de Maria como a maior expressão feminina no cristianismo. Nela vemos a força, o amor e a capacidade de entrega em prol de um bem maior. As virtudes de Maria também são fonte de inspiração para que se lute por um ideal. Que se persevere e não se esmoreça frente às dificuldades. A lealdade que ela deposita em seu filho pode e deve motivar a luta por mais direitos e espaço, uma vez que temos em mente que devemos amarmos uns aos outros como Deus nos amou. E amor, o que nem precisa explicar, não combina com violência, discriminação e negação de direitos básicos à condição da vida.
Nesta ocasião, nos recordamos da luta e ressignificação do papel feminino em que devemos render graças a Deus por todas as mulheres que fazem ou fizeram parte da nossa vida. E que neste dia, e por que não neste mês, de maneira especial, elevemos nossas orações em ação de graças por nossas mães que nos deram a vida e nos criaram com esforço e dedicação. Recordemos, também, de todas as santas que dedicaram e deram a sua vida por Cristo. Lembremos daquelas mulheres que convivem conosco no dia a dia, as esposas, as secretárias do lar, as colaboradoras e profissionais de todas as áreas, que empregam o seu conhecimento e dedicação em tudo o que fazem. Que saibamos entender o potencial e as necessidades de cada uma. Não necessariamente tenhamos que fazer uma revolução com protestos e agitações, mas entender que no cotidiano podemos nos dedicar a promover esta mudança, sermos exemplo e educadores das próximas gerações. Dessa forma vamos assegurar mais direitos, paz e justiça.
E, também, que possamos praticar a gratidão de tudo que foi conquistado até agora. E que Maria, modelo de mulher, seja sempre inspiração para todas na vivência de sua vocação ao amor e ao cuidado da vida, em todas as suas dimensões, semeando uma cultura de paz, entendimento e fraternidade no mundo!
Henrique Alonso
O autor, colaborador desta Revista, é
fotógrafo, relações-públicas e atua com
comunicação organizacional
jh.alonso@hotmail.com