Dia Mundial do Enfermeiro
Há mais de um ano, o Brasil e o mundo vivem o avanço da pandemia causada pela COVID-19. O protagonismo dos profissionais da saúde, que estão na linha de frente no combate à pandemia, foi reconhecido amplamente com campanhas de aplausos.
Muitos foram os profissionais de enfermagem que perderam suas vidas ao longo desses meses de enfrentamento à doença, enquanto tantos outros vivenciam jornadas exaustivas, somadas a poucos recursos para atuarem e a um grande estresse físico e emocional.
No dia 12 de maio, comemora-se o Dia Mundial do Enfermeiro. Nesta edição, queremos destacar a importância desta profissão que se tornou sinônimo de heroísmo especialmente neste tempo de pandemia.
A enfermagem moderna, com suas bases técnicas e científicas, começou a se desenvolver no século XIX, a partir da atuação da inglesa Florence Nightingale, que estruturou um modelo de assistência aos pacientes depois de trabalhar no cuidado a soldados durante a Guerra da Crimeia (1853-1856).
“A enfermagem é uma arte; e para realizá-la como arte, requer uma devoção tão exclusiva, um preparo tão rigoroso quanto à obra de qualquer pintor ou escultor; pois o que é tratar da tela morta ou do frio mármore comparado ao tratar do corpo vivo, o templo do espírito de Deus? É uma das artes; poder-se-ia dizer, a mais bela das artes!” (Florence Nightingale)
Atualmente, trata-se de uma ciência ampla e complexa, centrada na prevenção e tratamento de doenças e no cuidado ao ser humano, individualmente, na família ou em comunidade de modo integral. Nas clínicas, consultórios, laboratórios, emergências, enfermarias e Unidades de Terapia Intensiva, desempenham papel fundamental e exclusivo, não só no cuidado direto aos pacientes, mas também na gestão dos variados setores.
A formação na área da enfermagem – assim como em todas as profissões que se dedicam a cuidar da saúde – é longa e exige muita dedicação, envolvendo estudo de ciências como anatomia, fisiologia, epidemiologia e muitas outras. Além disso, é necessário um aprendizado de habilidades práticas que requerem conhecimento, destreza e atenção.
Em meados de fevereiro de 2021, a enfermeira Rebeka Fonseca e o motorista Wadson Diniz protagonizaram uma cena impressionante, que revela a bravura desses profissionais. A ambulância que transportava uma paciente em quadro grave devido à Covid-19 saiu de Rurópolis para Itaituba e ficou presa no congestionamento de carretas no sudoeste do Pará, na rodovia BR-230, a Transamazônica.
Wadson primeiro subiu em um morro para pedir a uma ambulância do outro lado da rodovia que fizesse a remoção da paciente. Para isso, no entanto, a dupla precisava mover a maca pelo acostamento. Temendo pela vida da paciente, Rebeka e Wadson saíram da ambulância e empurraram a enferma sob a maca juntamente com um cilindro de oxigênio por 2 km.
A paciente estava sendo transferida do município para o Hospital Regional do Tapajós (HRT), que fica em Itaituba, distante 150 km. “As carretas formaram fila tripla, bloqueando todas as faixas da BR, nenhum carro ia ou voltava. Preocupados com a reserva de oxigênio na ambulância, que duraria cerca de uma hora, o motorista tentou acionar a PM, mas não conseguiram desobstruir, aí eles resolveram tirar a paciente e levar andando. Foi quando a Polícia viu a gravidade da paciente e conseguiu organizar o fluxo para que eles passassem”, contou a secretária de Saúde de Rurópolis, Fernanda Cardoso. Com as carretas começando a abrir caminho, o motorista voltou até a ambulância para buscar o veículo e seguir viagem.
Histórias de coragem, dedicação e zelo pela vida se repetem na rotina de mais de 600 mil enfermeiros que atuam no Brasil. A partir deste marco histórico, sejam estes profissionais ainda mais valorizados e reconhecidos por seus colegas de trabalho, gestores, pacientes e toda sociedade. Que esta data nos motive a lembrar e a rezar por estes que incansavelmente zelam pelas nossas vidas.
Profissionais e estudantes de enfermagem
O site do COFEN (Conselho Federal de Enfermagem) oferece atendimento de apoio à Saúde Mental de profissionais de enfermagem. Acesse cofen.gov.br e preencha o formulário para iniciar o bate-papo com um enfermeiro especializado em Saúde Mental.
Fontes: sonoticiaboa.com.br | Revista Rainha dos Apóstolos – Maio/18 – Pág. 32
A autora, Laura Job, é colaboradora desta Revista e estudante universitária de enfermagem em Porto Alegre (RS).
