Artigos › 21/02/2022

Bonito e solteiro

Bonito e solteiro

Euclides Araldi nasceu no dia 29 de agosto de 1943, em Maximiliano de Almeida (RS), e Lúcia Rufatto Lasta nasceu em 04 de outubro de 1948, em Coronel Vivida (PR).

 

Aos sete anos, a família de Euclides veio morar na comunidade do Rio Quieto e Lúcia morava na comunidade Vista Alegre, no interior de Coronel Vivida.  O jovem Euclides se tornou agricultor e adquiriu uma trilhadeira e prestava serviços aos agricultores das comunidades vizinhas. “Em uma manhã ele veio na comunidade de Vista Alegre para trilhar trigo. De longe avistei aquele rapaz de camisa vermelha, chapéu e pensei: ‘se for bonito e solteiro, vou casar com ele’”, contou dona Lúcia.

À noite, Euclides foi na casa de Lúcia para tratar o serviço de trilhar o trigo com o seu pai. Antes de sair, Euclides perguntou para a Lúcia onde ela costumava ir aos domingos, e ela respondeu: “Nós vamos no terço na Vista Alegre”.

Passaram-se 15 dias e Euclides pediu para seu amigo Manoel Lasta para levar um recado à Lúcia. O recado era que ele queria namorar com ela. Então marcaram para se encontrar no domingo após a oração do terço na comunidade. Conversaram e ele foi até a casa dos pais dela pedir para namorar. Os pais concordaram com o namoro, pois as famílias já se conheciam. Namoraram apenas seis meses e marcaram o casamento, que se realizou no dia 11 de julho de 1964, assistido pelo padre palotino Mateus Cassol, na Igreja Matriz da Paróquia São Roque de Coronel Vivida.

 

Festa de casamento e a família

A festa de casamento foi feita na casa do noivo, na comunidade Rio Quieto, com a presença de familiares e amigos. O cardápio oferecido aos convidados foi bem diversificado. “Assados de galinha, porco e gado, saladas e sopa de anholine. Para beber foi servido vinho e gasosa”, lembrou dona Lúcia. Também lembrou ela que a noite de núpcias foi com a casa cheia de parentes e o colchão de palha de milho.

“O que fazer? Deitamos e dormimos”, confessou.

O casal teve duas filhas: Marlene e Marlei, e também um filho do coração, Jailton Araldi. Sempre trabalharam duro e enfrentaram muitas dificuldades juntos, mas nunca desistiram. Tornaram-se grandes colaboradores na comunidade, fazendo parte do Conselho de Pastoral e da equipe de liturgia. Dona Lúcia até hoje é ministra auxiliar da comunidade.

Seu Euclides e dona Lúcia sempre foram muito hospitaleiros e com facilidade em fazer novos amigos. Inclusive, todos os padres que trabalhavam na Paróquia sempre tiveram atenção especial por parte de toda a sua família.

A primeira filha a casar foi a Marlei com o João Valdir Lasta. E depois Marlene se casou com Gelson Giordani. O Jailton, filho do coração, casou-se com a Luciane Lasta. Os genros e nora foram acolhidos e tratados como filhos. Infelizmente, João Valdir, conhecido por Neco, faleceu em março de 2021, em decorrência da Covid-19.

Os três casais tiveram um casal de filhos cada um. João Valdir e Marlei foram presenteados com os netos João Paulo e Mariana. Gelson e Marlene, com Elen e Mateus Felipe. Jailton e Luciane, com Marina e Luciano.

 

Tristezas e alegrias

Em 1995, dona Lúcia foi diagnosticada com câncer e passou por um longo período de tratamento. “Senti a presença de Deus, a família e os amigos. Todos foram fundamentais para minha recuperação”. Também Seu Euclides teve problemas sérios de coração. Em 2009, sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral), quando perdeu a visão de um dos olhos. Em 2014, teve outro AVC, mas não ficou com nenhuma sequela.

Apesar dos problemas de saúde, um dos objetivos do casal é manter o amor que sempre existiu na família. Um carinho especial entre cada familiar, parentes e amigos.

A família acredita que o amor de Deus está acima de tudo, e que através desse amor é possível manter a fé e a união.

Em julho de 2014, o casal celebrou Bodas de Ouro, com missa presidida por Dom José Peruzzo, então bispo da Diocese de Palmas-Francisco Beltrão.

Infelizmente, Seu Cride, como era chamado pelos amigos, faleceu no dia 06 de fevereiro de 2021, aos 78 anos. Mas dona Lúcia continua firme e forte, sendo o esteio da família que é fundamentada no amor e na fé.

 

O autor, Pe. Judinei Vanzeto, é colaborador desta revista, jornalista e padre palotino em Coronel Vivida (PR)

Texto publicado na edição de janeiro/fevereiro de 2022

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