Artigos › 27/11/2022

A mãe da medalha miagrosa

A mãe da medalha miagrosa

 

 

 

 

Um dos aspectos que mais chama a minha atenção sobre as aparições de Nossa Senhora das Graças, celebrada agora dia 27 de novembro, foi quando Santa Catarina, para quem a Mãe de Jesus apareceu, notou que alguns raios estavam apagados e perguntou por que aquilo acontecia.

 

 

Nossa Senhora explicou que eram as graças que Ela queria distribuir, mas que as pessoas não lhe pediam.

Isso me fez refletir o quanto Deus é grande e misericordioso. Ele já dispensou as graças em nossas vidas, então por que não as alcançamos? Porque Deus não arromba corações, as graças só são completadas quando formos ao encontro Dele, nós devemos ir ao seu encontro. E assim é a vida, busca e encontro.

Nossa grande busca é Deus, Ele é o amado de nossa alma, como diz São João da Cruz, num dos seus poemas espirituais: “Buscando meu Amor, meu Amado, vou por montes e vales, sem temer mil perigos. Nem flores colherei no caminho, pois segui-lo é preciso sem deter-me ou parar. Já não tenho outro ofício, só amar é o exercício. Solidão povoada, presença amorosa do Amado. Viver ou morrer, sem Ele eu não quero ser”!

Busquemos encontrar Deus e Ele se deixará encontrar. O próprio Deus nos diz, através do profeta Jeremias: “Vocês me procurarão e me encontrarão se me buscarem de todo o coração” (Jr 29,13).

Não importa se é como nos diz a Parábola dos trabalhadores da vinha (Mt 20,1-16), ao amanhecer, ao meio-dia ou ao entardecer de nossa existência vamos ter um encontro com Deus, se não pelo amor, pela dor.

Jesus nos revelou o Pai, Ele é o caminho que nos leva ao Pai. Ele é a luz que dissipa as trevas. Ele disse: eu vim como luz (cf. Jo 12,46), mas o mundo preferiu as trevas. Quem vive no pecado não quer luz. Todos fomos crianças e quem tem filhos sabe que quando a criança é arteira e apronta alguma coisa errada, entra dentro de casa e vai pelos cantos escuros para não ser vista, para não chamar a atenção e passar sem levar bronca e ser castigada. É a mesma coisa quem anda no pecado. Não quer luz, não quer discernimento, quer se afastar da Igreja, quer se afastar dos sacramentos, das pessoas de bem.

Pecado gera pecado e quem está no meio do pecado quer andar na escuridão do pecado, para que a podridão não venha à tona. Então, se aproximar da luz de Jesus significa olhar para nossa própria podridão, olhar para nossos pecados e dizer: “Sou eu, Senhor. Dissipe as trevas da minha vida”.

Jesus é a verdade! Não a verdade do mundo que é idêntica ao analgésico, tira a dor, mas não cura.

A verdade do mundo fascina, ludibria, cega e engana. A verdade de Deus muitas vezes dói, mas sempre liberta. A felicidade que buscamos, que sei que todos buscamos, só encontraremos em Deus, por Jesus.

Não depositemos a razão de nossa felicidade em pessoas, não arrisquemos todos os trunfos da nossa vida em alguém. Arrisquemos em Deus, Ele é fiel.

Busquemos a luz sem trevas, a verdade sem mentiras, a felicidade absoluta que é Deus, em Cristo Jesus.

 

 

ORAÇÃO A NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS

Virgem Imaculada,

Nesta oração, venho pedir as graças

que me são tão necessárias.

Nossa Senhora das Graças,

Mãe da Medalha Milagrosa,

Ao olhar tuas mãos derramando graças e bênçãos,

Com confiança, peço tua poderosa intercessão.

Mãe, embora eu não seja digno(a), apresenta

o meu pedido ao teu Divino Filho Jesus.

Nossa Senhora das Graças,

Mãe da Medalha Milagrosa,

Obtém de teu Filho a graça que peço

com profunda confiança.

Santíssima Virgem,

Creio e professo tua Santa e Imaculada

Conceição, pura e sem mancha.

Puríssima Virgem Maria,

Faz-me alcançar a humildade, a caridade,

a obediência, a pureza de corpo

e de espírito de teu amado Filho.

Ajuda-me a alcançar, Mãe, a perseverança

na prática do bem durante toda a

minha vida e uma santa morte. Amém.

 

 

O autor, Reginaldo Manzotti, é colaborador desta Revista, pároco reitor do Santuário Nossa Senhora de Guadalupe, em Curitiba (PR)

Texto publicado na edição de novembro de 2022

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