Artigos › 06/08/2021

A importância da fé na juventude

“(…) Quero ofertar minha vida, gastar os meus dias, minha juventude, por amor: pela Igreja, pelos jovens, pelos homens, me consumirei (…)”

Início este artigo com o trecho da música “Oferta” da Comunidade Católica Shalom, pois diz muito sobre a beleza de entregar a juventude ao serviço de Deus e da Igreja.

Eu sou a Geovanna Betti, uma jovem psicóloga que gastou (e ainda gasta) muito da minha juventude buscando viver autenticamente o meu batismo! Tenho algo muito importante para partilhar com vocês: EU NÃO ME ARREPENDO NENHUM POUCO DISSO!

Hoje estou a caminho do matrimônio, uma nova fase em minha vida irá iniciar, e é comum nestes momentos olharmos para as coisas que já vivemos. Ao lembrar da minha história, eu fico muito feliz e satisfeita por todos os finais de semana que “gastei” na catequese, crisma, ONDA (Objetivo Novo de Apostolado), CLJ (Curso de Liderança Juvenil Cristão), Oratório, retiros, missas, adorações, missões, enfim…

Todos esses momentos foram importantes para minha caminhada na Igreja, amadurecimento na fé e para ser quem sou hoje. Sendo que o mais importante nessas experiências foi o meu encontro pessoal com Jesus Cristo!

Como disse Bento XVI, não se começa a ser cristão por uma decisão ética ou uma grande ideia, mas através de um encontro com uma Pessoa (Jesus Cristo), um acontecimento que dá sentido à vida.

Comigo foi assim. Eu encontrei o Amor através das experiências que vivi na Santa Igreja Católica, e me senti profundamente amada por Ele. A partir desse momento tive duas certezas: Deus existe e Ele me ama infinitamente. “Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi Ele quem nos amou primeiro” (1Jo 4,10).

A experiência religiosa e a vivência da espiritualidade têm ligação direta com o sentido de vida, segundo pesquisas na área da psicologia. Viktor Frankl, famoso psiquiatra criador da Logoterapia (Terapia do Sentido da Vida), já dizia: “Ser homem significa dirigir-se a algo ou a alguém: entregar-se o homem a uma obra a que se dedica, a uma pessoa a quem ama, ou a Deus, a quem serve, e assim se realizará.”

No momento atual, em que os jovens estão cada vez mais se questionando sobre o sentido da vida e os valores, a experiência e a vivência da fé podem responder às inquietações mais profundas da alma, proporcionando uma vida repleta de sentido através dessa entrega a Deus e a serviço do próximo.

Estudos demonstram, por exemplo, que jovens que apresentam envolvimento religioso têm menor probabilidade de manifestar comportamentos de risco, como violência, delinquência e crime, uso e abuso de substâncias que criam dependência, como álcool e drogas.

Além disso, observa-se que maiores níveis de envolvimento religioso estão associados positivamente a indicadores de bem-estar psicológico, como satisfação com a vida, afeto positivo e moral elevado, felicidade, melhor saúde física e mental.

A fé, portanto, é promotora de uma vida repleta de sentido para os jovens e para todas as pessoas.

Posso testemunhar esta verdade através da minha experiência pessoal e de tantas outras pessoas que conheço.

Gostaria de destacar, no entanto, que mais importante do que ter um envolvimento muito ativo nas pastorais e na paróquia, é essencial que o jovem tenha uma vida de intimidade com Deus, na oração, na vivência dos sacramentos, na leitura e direção espiritual e na busca da santidade.

Às vezes, a porta de entrada para os jovens para essa vida de intimidade se encontra nos Movimentos que existem na Igreja, e louvado seja Deus por isso! Mas, conforme aprofundamos a nossa fé, vamos amadurecendo e vendo que a cada dia, nas pequenas coisas, no trabalho, na vida cotidiana, podemos viver essa entrega a Deus, fazendo o nosso dever da melhor forma possível, auxiliando àqueles que nos procuram, testemunhando através da nossa vida as maravilhas e privilégios comovedores que Deus dá àqueles que ofertam a sua vida a Ele!

A autora, Geovanna Betti Cavaletti, colaboradora desta revista, é Psicóloga Clínica em Porto Alegre (RS) | CRP 07/33264

bettigeovanna@gmail.com 

Texto publicado na edição de julho de 2021. 

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