Um ano de mil sentimentos
Para os verões, sorvetes
Para os invernos, cobertores
Para as primaveras, espirros
Para os outonos, plátanos caídos
Para as estações, mudança
Para as dúvidas, fé
Para as angústias, ouvidos amigos
Para as dores, lágrimas
Para as quedas, coragem
Para os filmes, luzes apagadas
Para os jantares, taças novas
Para os perfumes, pouca moderação
Para as críticas, humildade
Para os elogios, distribuição gratuita
Para os sonhos, não considerá-los tolos
Para os sorrisos, agradecimentos
Para os dias, muita energia
Para as noites, luzes amarelas
Para as viagens, descobertas
Para os alimentos, apetite
Para a chuva, cheiro de terra molhada
Para o concreto, a natureza
Para a inveja, distância
Para o caminho, que seja longo
Para a alegria, que seja contagiosa
Para os amigos, tesouros
Para a família, abrigo
Para os amores, abraços
Para o trabalho, doce rotina
Para os obstáculos, descanso
Para os inimigos, tolerância
Para o desespero, esperança
Para o coração partido, cuidado
Para um novo amor, mãos entrelaçadas
Para um ano que chegou
ao fim, aprendizado.
365 dias. 12 meses. 4 estações!
Os números podem até resumir um ano, mas restringem demais a grandiosa caminhada que cada um de nós teve que trilhar. Como todos os anos, enfrentamos desafios que nos amedrontaram. Surpreendemo-nos com doces revelações. Corremos para os braços de alguém. De um amor, de um amigo, de uma família. Sorrimos gargalhadas que até Deus pôde escutar. Vivenciamos angústias que só as paredes do nosso quarto souberam. Conversamos com nossos medos. Nosso travesseiro foi o único a secar as lágrimas que caíram naquelas noites longas que tivemos, quando as dúvidas foram maiores que a nossa fé. Tivemos almoços deliciosos ao lado de pessoas que amamos, e como foi bom compartilhar aqueles sorrisos todos com eles! Eles, que sabem dos nossos limites, e ainda assim nos amam como somos. Estudamos, dormimos, estudamos mais um pouco. Fizemos exercícios que nos deixaram exaustos, mas também dançamos como adolescentes, deixando a música invadir cada poro do nosso corpo, e não cansamos nem um pouquinho. Quebramos a cara. Machucamo-nos com as frustrações de algumas descobertas. Aquela pessoa que jurávamos que fosse nosso amigo… puxa, que decepção. Engolimos estas frustrações e seguimos adiante. Quisemos desistir. Ah, como quisemos que o mundo parasse naquele momento, até a gente se consertar, até a dor passar… mas aquele sol insistia em nascer, todos os dias, apesar das nossas súplicas. E então vinha outro dia, e mais outro, e acabávamos nos encontrando com aquelas pessoas que nos afagam, e enchem nossa alma de uma paz que não cabia até então no peito. Ah esses anjos que vêm em nossas vidas e enchem-na de sentido, como são importantes, apesar de nem mesmo saberem! Nossas conversas, nossos sorrisos, nosso pequeno mundo, tão simples e tão complexo!
O ano vai terminando com um nascimento. O nascimento de Jesus, quando comemoramos o Natal, geralmente ao lado dos que amamos. Assim como quando uma criança chega em uma família e irradia luz em rostos já sem brilho, a chegada de Jesus enche a vida de novas esperanças, insufla nossas histórias com uma nova energia e nos sussurra que ainda vale a pena. Você pode estar cansado, mas ainda vale a pena. Vale a pena acordar todos os dias e sobreviver a todos os sentimentos que nos envolvem.
Os bons e os ruins. Vale a pena sonhar e permitir que a magia invada os nossos corações. Vale a pena ter fé. E acreditar. Acreditar que tudo aconteceu porque devia acontecer, e que cada momento pelo qual passamos está nos preparando para algo maior. Muito maior.
Um santo Natal ao lado de quem fez a diferença neste ano que passou, e que 2018 seja muito bem-vindo!
Flávia Polo – flaviapolo@pallottipoa.com.br