Um novo céu e uma nova terra
Nas passagens bíblicas, existem várias referências ao novo céu e à nova terra – do Antigo ao Novo Testamento. Praticamente em todas elas, a descrição desse futuro glorioso é feita de forma figurada, onde uma realidade indescritível a nossa compreensão humana é realizada por meio de símbolos a fim de que possamos entender no presente.
Precisamos entender que a Bíblia – que contém a Palavra de Deus – aponta para o novo Céu e nova Terra, como o lugar onde as promessas e a revelação de Deus são cumpridas plenamente. Percebemos até então que em toda a Escritura esse maravilhoso lugar é mencionado de alguma forma. Convido a darmos uma olhada no percurso da Revelação – em alguns momentos marcantes:
Na promessa feita a Abraão (Gn 17,8), Deus garante que entregaria ao patriarca e a sua descendência a terra de Canaã. Podemos dizer que a terra de Canaã foi uma promessa de Deus que apontava para o futuro sobre a nova terra que ainda estava por vir. O escritor Paulo, na carta aos Hebreus, escreveu que: “Pela fé, Abraão obedeceu ao chamado de partir para o país que haveria de receber como herança; e partiu sem saber para onde iria. Pela fé, mudou-se como forasteiro para o país que lhe haviam prometido e habitou em tendas com Isaac e Jacó – herdeiros da mesma promessa” (Hb 11,8-9).
No Novo Testamento – há muitas referências que remetem à vida eterna, como, por exemplo, a carta de Paulo aos Romanos (8,21-23): “Com efeito, sabemos que toda a criação, até o presente, está gemendo como que em dores de parto. E não somente ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, gememos em nosso íntimo, esperando a adoção filial, a redenção de nosso corpo”.
Em 2 Pedro 3,13: “O que esperamos de acordo com a sua promessa, são novos céus e uma terra, nos quais habitará a justiça”. E no Apocalipse nos Capítulos 21-22 que falam acerca do novo céu e da nova terra.
Considerando todas essas referências, podemos claramente entender que o novo céu e nova terra serão um lugar glorioso, com uma Paz sem igual; toda a criação estará restaurada e livre do pecado, onde haverá abundância de recursos que estarão à disposição de seus habitantes, não existirá mais a morte, a tristeza e a dor, será um lugar marcado pela justiça e, principalmente, será a eterna habitação de Deus com Seu povo.
Apesar de hoje não compreendermos tudo, acerca da vida eterna – haverá o dia em que pessoalmente não só entenderemos, mas presenciaremos e participaremos de todas essas coisas. Portanto, enquanto vivendo a esperança, aguardamos a vinda do Cristo Salvador. Pois, “sabemos que, quando Jesus se manifestar, seremos tal como ele é” (1Jo 3,1-3). Mas é preciso esperar nele.
Contudo, carecemos em acolher nesta vida, o despertar, planejar, discernir e realizar todas as coisas novas e possíveis para o bem-estar de todos, tendo em vista que, a criação não fique “gemendo” por estar constrangida diante de tantas situações absurdas, que anestesiam nossas relações humanas e o cuidado com a vida do Planeta.
Pense nisso, e tenha consciência de colaborar para “um novo Céu e uma nova Terra”.
Dom Darley José Kummer
O autor, colaborador desta Revista, é Bispo Auxiliar em Porto Alegre (RS)