CREMOS NA VIDA ETERNA
“O ser humano é semelhante a um sopro; seus dias, como a sombra que passa” (Sl 144,4). A nossa vida é breve e passageira e, ao longo dela, somos constantemente visitados por nossa “irmã” morte. Ela nos visita levando consigo as pessoas que amamos, que são próximas a nós ou apenas nossas conhecidas. Algumas vezes, ela nos surpreende; em outras ocasiões, já esperávamos sua visita, mas, mesmo assim, sua visita não deixa de causar em nós dor, lágrimas e saudade. Ela continua a nos visitar, até o dia em que virá ao nosso encontro e, de uma vez por todas, iremos com ela. Afinal, a vida humana não é mais do que um lampejo diurno entre duas grandes noites: a noite da não-existência e a noite da morte.
Para quem não crê, a morte se manifesta como um mistério absurdo: tão grande obra quanto o ser humano, capaz de pensar, sonhar, edificar, amar, entregue ao nada, ao não-ser. Ao contrário, para aquele que crê, a morte é celebrada na fé na vida eterna e na ressurreição futura. “Para ressuscitar com Cristo é preciso morrer com Cristo, é preciso ‘deixar a moradia do nosso corpo, para ir morar junto do Senhor’ (2Cor 5,8)”, conforme o Catecismo da Igreja Católica, no número 1005.
“O cristão, que une sua própria morte à de Jesus, vê a morte como um caminhar ao seu encontro e uma entrada na Vida Eterna” (Catecismo da Igreja Católica, n. 1020). A morte não é o fim, mas uma passagem da vida mortal à vida definitiva. Neste mês, meditemos sobre a realidade da morte, coloquemo-nos diante dela e rezemos pelas pessoas que amamos e que já faleceram.
REZE O VERSÍCULO
“Se o Espírito daquele que ressuscitou Jesus dentre os mortos habita em vós, aquele que ressuscitou Cristo dentre os mortos, vivificará também vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que habita em vós” (Rm 8,11).
DICA EXTRA
- Visite o cemitério e reze pelos falecidos aí sepultados.
- Medite todos os dias deste mês:
A morte não é nada. Eu somente passei
para o outro lado do Caminho.
Eu sou eu, vocês são vocês.
O que eu era para vocês,
eu continuarei sendo.
Me deem o nome que vocês sempre me deram,
falem comigo como vocês sempre fizeram.
Vocês continuam vivendo no mundo das criaturas,
eu estou vivendo no mundo do Criador.
Não utilizem um tom solene
ou triste, continuem a rir
daquilo que nos fazia rir juntos.
Rezem, sorriam, pensem em mim.
Rezem por mim. Que meu nome seja pronunciado
como sempre foi, sem ênfase de nenhum tipo.
Sem nenhum traço de sombra ou tristeza.
A vida significa tudo o que ela sempre significou,
o fio não foi cortado. Porque eu estaria
fora de seus pensamentos,
agora que estou apenas fora de suas vistas?
Eu não estou longe, apenas estou
do outro lado do Caminho…
Você que aí ficou, siga em frente,
a vida continua, linda e bela
como sempre foi.
(Santo Agostinho)
Padre Antonio Eduardo Pereira Pontes Oliveira
O autor é padre da Diocese de Palmas-Francisco Beltrão.
Atua como Vigário Paroquial em Palmas (PR)
antonioep91039433@gmail.com