A PÁSCOA DO SENHOR
No dia 09 de abril, com alegria, celebramos o grande momento do Ano Litúrgico e o centro de nossa fé: a Páscoa.
A Igreja que nos convidou, durante quarenta dias, a um tempo de conversão e penitência, agora nos faz experimentar que também a nossa vida se renova e dá um passo a mais na caminhada para que, de páscoa em páscoa,
cheguemos à Páscoa definitiva.
Na celebração do Tríduo Pascal, a Igreja revive os momentos mais significativos da vida de Jesus. O mistério da paixão, morte e ressurreição de Cristo condensa a grande mensagem de Deus à humanidade inteira. Esse mistério, na verdade, dá-nos um novo significado às coisas humanas. O sofrimento e a morte, dos quais ninguém fica livre neste mundo, recebem uma potentíssima luz, que é jorrada do mistério que celebramos no Tríduo Pascal.
O sofrimento e a morte, quando associados ao mistério do Filho de Deus, adquirem novo significado. Deixam definitivamente de ser interpretados como sinal de maldição. O Filho de Deus os assumiu. Aliás, Jesus assumiu tudo o que é próprio da condição humana, com exceção do pecado, e, atravessando o vale sombrio da morte, que também integra a nossa condição, chegou às verdes campinas, aos prados eternos e às fontes borbulhantes.
Associados a Cristo pelo batismo, nossa grande meta são as pastagens eternas, para as quais nos guia o Bom Pastor. A dor, o sofrimento e a morte já foram vencidos em Cristo. Ora, na medida em que Cristo passa a viver em nós, também nos tornamos capazes de vencê-los. A última palavra de Deus, a respeito do seu Cristo, foi a vida. E a sorte de Cristo é a sorte de todos os que se lhe associam pela fé em sua Palavra, pelos sacramentos que comunicam a graça, e pela caridade que nos une a Deus e aos irmãos.
O Senhor ressurgiu no Domingo, quando o sol ainda não tinha se levantado. A proclamação da Páscoa é cantada e a Igreja inteira se regozija com o seu Redentor, que, vencedor do pecado e da morte, tem a vida para sempre e o poder de comunicá-la a quem Nele confia. O vale tenebroso não pôde segurar o Senhor da Luz; as trevas da morte não agarraram o Autor da Vida; o sofrimento não desfigurou para sempre nem diminuiu a Beleza tão antiga e sempre nova. A alegria cristã repousa em seu fundamento inabalável, isto é, na ressurreição do Senhor Jesus Cristo.
O sentido da vida humana esclarece-se à luz do mistério da Páscoa de Jesus: paixão, morte e ressurreição. Associados ao Filho de Deus, nossas maiores aflições podem ser transformadas e aquele que tinha a sua vida perdida, poderá recuperá-la renovada.
Jesus, entre outras coisas, ensinou-nos que a entrega sem reservas aos desígnios de Deus é fonte de salvação e de vida verdadeira. E isso Ele nos ensinou, principalmente, com a sua própria vida.
Que o Domingo de Páscoa deposite em cada um de nós, bem lá no fundo de nosso coração, a certeza de que o amor vence a morte e uma vida em plenitude está preparada para cada um de nós.
Neste tempo de tantos desafios, a Igreja proclama que a Vida continua sendo a última Palavra e mantém inabalável o grande anúncio: O Senhor Ressuscitou verdadeiramente, Aleluia!