Artigos › 12/02/2025

A bolsa e seu bolso

Janeiro é o período ideal para planejar o que faremos nos próximos meses. Para que possamos ter um ano mais próspero, podemos definir objetivos e planejar como iremos viabilizá-los. Dentre as questões que devem ser analisadas estão nossos investimentos. Afinal, alguns de nossos desejos estão atrelados à disponibilidade de dinheiro para conquistá-los

Então, que tal planejar o que faremos com nossas economias para que possamos obter bons resultados? As possibilidades de investimento vão desde a tão falada (e pouco atrativa em rendimento) poupança, passando por fundos de renda fixa (CDBs, LCA e LCI), até os de renda variável, como as ações.

Segundo o portal de investimento InfoMoney, metade dos brasileiros não investe e 68% dos que investem utilizam a poupança. O investimento em ações se dá por apenas 5% dos brasileiros. Então é importante aprendermos sobre o mercado de capitais para que possamos analisar se não estamos perdendo uma oportunidade de ganho, pois enquanto no Brasil ele é tão incipiente, nos EUA, por exemplo, a bolsa de valores é uma opção muito utilizada pelos americanos, desde longa data. Lembram da tão estudada queda da bolsa de Nova York? Pois é. Isto ocorreu em 1929 e foi o estopim para uma das maiores crises americanas, evidenciando o quanto já haviam investimentos na Bolsa naquele período.

 

Diferentes ações, diferentes valores

Quando uma empresa precisa tomar dinheiro emprestado, pode optar entre I) métodos convencionais (empréstimos) ou II) abertura de capital.

Se decidir abrir o capital, se tornará uma companhia apta a operar na Bolsa, desde que atenda pré-requisitos por ela estabelecidos, como bons indicadores de governança, sustentabilidade e transparência.

Seu capital será dividido em partes e cada uma destas é uma ação que será ofertada na Bolsa. Então, no momento em que você compra uma ação, estará adquirindo parte do capital da empresa, tornando-se sócio dela. Assim, quanto maior o seu faturamento, mais dividendos você receberá. Empresas inseridas em negócios consolidados, com longo tempo de atuação no mercado e boa reputação, tornam suas ações atrativas.

No Brasil, existem 427 empresas com ações na bolsa e as que mais se destacam são a Petrobrás, Vale e Itaú-Unibanco.

O valor das ações depende do valor da empresa no mercado. Quanto maior o seu valor e o segmento em que ela atua, mais valorizadas serão as suas ações e a probabilidade dos acionistas receberem bons rendimentos com elas.

Investindo em ações na Bolsa

Se você quer investir em renda fixa, deve procurar um banco e para investimentos em renda variável, deve procurar uma corretora. Através delas, poderá ter acesso às ações disponíveis no mercado.

Assim como os bancos são regulados pelo Banco Central, as corretoras são pela Comissão de Valores Mobiliários, ambos vinculados ao Ministério da Fazenda, o que garante segurança governamental aos investimentos. No entanto, mesmo contando com um ambiente seguro, inúmeros brasileiros não se sentem estimulados a investir na bolsa já que a taxa de juros é historicamente alta no Brasil e ela remunera ativos de renda fixa. Já nos EUA, dada a taxa de juros ser muito baixa, o investimento em renda variável é mais atrativo.

 

A melhor opção de investimento

Se você está pensando em qual modalidade é mais interessante investir, tenha como referência que a diversificação sempre é um bom negócio. Investimentos em ações nunca devem ser de curto prazo.

Tenha em mente que o investimento em ações é mais um dos que pode contribuir para a diversificação, mas não deve ser o principal. Reserve parte do capital para renda fixa (o que pode ser resgatado no curto prazo) e deixe outra parte (que não pretende utilizar em menos de 2 anos) para a renda variável. Assim, você contará com variadas opções de investimento, aprenderá a gerenciar seu capital em diferentes modalidades e terá maior probabilidade de ganho.

Procure aprender mais sobre opções de investimentos, pois assim terá condições de tomar decisões mais assertivas. Isso que vale para investimentos, serve também para a vida.

Giovana Souza Freitas

Professora universitária e Doutora em Economia.

giovana.souza@terra.com.br

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