GO VEGAN

GO VEGAN

Dia 1º de novembro comemora-se o Dia Internacional do Veganismo. O veganismo, conforme sua fundação pretende uma forma de viver que busca excluir, dentro do possível e do praticável, todas as formas de exploração animal, quer seja por meio da alimentação, do vestuário, dos cosméticos ou diversas outras finalidades.

O Dia do Veganismo é muito importante, afinal, por meio desse estilo de vida é possível contribuir para um futuro melhor, tornando o ambiente mais sustentável.

Um estudo realizado por pesquisadores na Universidade de Oxford descobriu que cortar carne animal e produtos lácteos da alimentação reduz a pegada de carbono de um indivíduo em até 73%. Atualmente, estimativas apontam que cerca de 20% da população mundial já é vegetariana ou vegana.

Mas olhando um pouco mais a fundo para o tema e para a situação atual do nosso planeta, podemos avaliar que o conceito “vegan” vai muito além do que parece a princípio.

Já falamos diversas vezes aqui, nesse espaço, o quanto o nosso planeta depende das nossas atitudes para podermos continuar a existir como raça humana de forma equilibrada, com suas inovações e a natureza como um todo. E por incrivel que pareça, simplesmente a mudança de nossos hábitos alimentares pode gerar uma reação em cadeia para o bem de todos.

Você não precisa, a partir de hoje, se tornar vegano (não faça isso…), migrar para o vegetarianismo já é um  grande passo. Mas se você reduzir ao menos o consumo de carne, já está dando um grande passo para a melhoria da naturezam do planeta e claro de sua vida.

O Papa Francisco, na Laudato SI’, descreve em vários trechos como essa mudança alimentar simples nos faria bem. ”É urgente reduzir o consumo não só de combustíveis fósseis, mas também de muitas coisas supérfluas. Também em algumas áreas do mundo seria conveniente consumir menos carne, isso também pode ajudar a salvar o meio ambiente”.

“O coração é um só, e a própria miséria que leva a maltratar um animal não tarda a manifestar-se na relação com as outras pessoas. Todo o encarniçamento contra qualquer criatura é contrário à dignidade humana”, diz outro trecho do documento em português.

No mesmo Laudato SI’ foi citado que o “clima é um bem comum, um bem de todos e para todos”, mencionando o aquecimento global e a necessidade da humanidade tomar consciência da importância de modificar seus hábitos.

“A humanidade é chamada a tomar consciência da necessidade de mudanças de estilos de vida, de produção e de consumo, para combater este aquecimento ou, pelo menos, as causas humanas que o produzem ou acentuam”.

Tá legal, mas você pode estar se perguntando, o que tem a ver reduzir meu consumo de carne com o aquecimento global? Bom, vou lhe responder de uma maneira bem didática… Lembra do tempo em que seus avós matavam um boi, um porco ou um frango para comer? Sim, tô voltando lá atrás, no tempo em que não havia a industrialização das grandes coorporações

Hoje, as grandes empresas fazem com que um frango esteja pronto para o abate em 40 dias. Para se ter uma ideia, em 1930, o mesmo frango levava em média 105 dias para chegar ao tempo do abate.

Inovação ou ganância?

Tudo isso tem um preço para a natureza e, claro, para o nosso organismo, tendo em vista que estamos cada vez mais comendo alimentos industrializados. Um bife de carne de gado, por exemplo, para chegar ao seu prato, consome em média 15,5 litros de água. Bom, nesse momento já podemos concordar ao menos que não tem nada de natural nisso. E olha que não vou falar do leite, afinal para que tomar leite, será que somos a única espécie sobre a face da terra que precisa de leite fora o leite materno? Acho que não…   Mas eu disse que não ia falar do leite, né! Voltando ao vegetarianismo ou veganismo, podemos, sem sombra de dúvidas, perceber que a alimentação à base de plantas, (legumes e grãos), foi, é e sempre será mais natural e com o menor impacto para a natureza.

Fomos criados para cuidar da natureza, dos nossos semelhantes, dos animais e da vida em si. Não há nada mais divino do que amar a vida como um todo! Pense nisso e go vegan!

O autor, Juarez Rodolpho dos Santos, é colaborador desta Revista e designer gráfico em Porto Alegre (RS)

Texto publicado na edição de novembro de 2022