Nossa Amazônia, até quando?

Nossa Amazônia, até quando?

A Devastação da floresta amazonica foi a maior em 15 anos para o período de janeiro a maio.

Dia 05 de setembro é dedicado a Amazônia, um dos patrimônios naturais mais valiosos de toda a humanidade e a maior reserva natural do nosso planeta.

Somente o parágrafo acima já serviria de base para que nós, pessoas comuns ou governantes, tivéssemos o maior apreço e cuidado com esse bem tão valioso que Deus nos deu. Somos realmente uma terra abençoada, basta dar uma rápida olhada nos demais países ao redor do mundo e ver que nossa quantidade de florestas, água, vento, enfim… Temos a nossa disposição um pacote completo da natureza, então, nada mais justo que nesse dia 05 possamos comemorarmos juntos por tudo isso…. Só que não!

A realidade diária da Amazônia é baseada em desmatamento, pecuária, mineração, ataques diários a terras indígenas, entre outros. Para se ter uma ideia do tamanho do estrago, em 2022, perdeu-se por dia 3.360km² de mata nativa nos meses de janeiro a maio. A área de floresta devastada diariamente equivale a dois mil campos de futebol. Essa é a maior destruição observada nos últimos 15 anos. Os dados foram divulgados pela Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia) e foram coletados através do SAD (Sistema de Alerta de Desmatamento), que monitora a região por meio de imagens de satélite desde 2008.

Em maio, foram desmatados 1.476 km², cerca de 44% do acumulado do ano. Em comparação com maio de 2021, quando foram destruídos 1.125 km², pior marca para o mês nos últimos 14 anos, ou seja, a devastação cresceu 31%.

Diante disso, podemos afirmar que o Bioma da Amazônia está chegando próximo de seu ponto de não retorno e pode se tornar uma savana, com consequências incalculáveis tanto para o agronegócio quanto para a natureza como um todo.

O que pode ser feito então?

As chamadas pessoas comuns podem sim fazer a diferença para preservar a Amazonia,  veja quatro dicas abaixo:

01 – CONSUMO CONSCIENTE

Conhecer a origem dos produtos consumidos contribui para a preservação da Amazônia. Existem certificações que garantem a produção livre de desmatamento ilegal. O próprio agronegócio aderiu à moratória da soja, que assegura que o grão produzido no bioma amazônico esteja livre de desflorestamentos ocorridos após o dia 22 de julho de 2008.

Além disso, a exploração econômica da Amazônia pode garantir a sua preservação. O consumo de produtos com certificação de produção sustentável na região proporciona a geração de renda e a manutenção da floresta em pé.

02 – FORTALEÇA AS REDES DE APOIO

Uma série de pessoas e instituições realizam um trabalho contínuo pela preservação da Amazônia. Dessa forma, realizar doações para essas organizações ou apenas dedicar um tempo para assinar petições e divulgar ações, mobilizações e campanhas auxilia na luta pela preservação da floresta. A cobrança de um posicionamento de empresas, governantes e pessoas de relevância contribuem para dar visibilidade à causa.

03 – APRENDA COM OS POVOS DA FLORESTA

A floresta amazônica é habitada por pessoas há pelo menos 13 mil anos. Os moradores locais conseguiram sobreviver no bioma, ao mesmo tempo que garantiram a sua biodiversidade. Por isso, conhecer e incentivar ações que promovem as pessoas dessas comunidades ajuda a garantir a manutenção da Amazônia.

04 – INCENTIVE O REFLORESTAMENTO

O reflorestamento no sudeste da Amazônia (que abrange áreas importantes de terras agrícolas abandonadas) pode ajudar a restaurar o ciclo hidrológico. Independentemente dos detalhes, o que se faz necessário são mais folhas, mais árvores – enfim, mais floresta.

Quer uma quinta dica? Não pense que a Amazonia é apenas um problema da Amazônia.

Somos todos brasileiros, independentemente do Estado em que vivemos e seremos todos afetados caso o Bioma sofra um colapso no futuro. Então, pense nisso no próximo mês quando você for votar para governador, senador, enfim..  Veja as suas propostas e cobre para que os nossos governantes tenham uma preocupação maior com o nosso futuro..  Quinta dica..  Vote verde, vote pelo futuro!

O autor, Juarez Rodolpho dos Santos, é colaborador desta Revista e designer gráfico em Porto Alegre (RS)

Texto publicado na edição de setembro de 2022