Artigos › 29/08/2022

Como ter uma relação saudável com o celular

Como ter uma relação saudável com o celular

 

Quanto tempo você consegue ficar sem o seu celular? Já fez essa experiência? Se você não consegue ficar longe do celular por muito tempo, pode ser que a relação que tem com ele não seja saudável…

 

 

Sabemos que o celular, a internet, a tecnologia, de forma geral, é excelente e serve para facilitar muito a nossa vida: nos aproxima de pessoas que estão longe, proporciona fácil acesso a muitas informações de qualidade, é possível até, como no meu caso, que atendo na modalidade on-line, trabalhar por meio da tecnologia. Mas, como qualquer coisa em excesso, o uso exagerado do celular pode causar muitos prejuízos à saúde e à qualidade de vida das pessoas, principalmente dos jovens, que são, muitas vezes, os que têm mais tempo para utilizar o celular.

 

PERIGOS

Muitos jovens já estão percebendo o quanto o celular tem prejudicado suas vidas. Em minha experiência, como psicóloga clínica, observo que muitos adolescentes e jovens têm tido dificuldade nos estudos, na concentração, na criatividade, nas relações sociais, no desenvolvimento de outras atividades, que exijam mais deles do que o uso do celular que é, na maior parte das vezes, uma atividade que não exige esforço. Isso, consequentemente, acaba afetando a saúde psicológica dos jovens, muitos acabam relatando sensações de desânimo, desmotivação, baixa autoestima, pois, justamente, não estão mais agindo no mundo, realizando atividades que os façam sentir que estão se desenvolvendo, aprendendo, se relacionando, tendo experiências com a vida, a natureza, as pessoas, a família, a escola, a música, a leitura, a oração, enfim, tudo aquilo que deixam de fazer, a fim de passar mais tempo manipulando o  celular.

Pesquisas científicas também apontam que os adolescentes e jovens, que utilizam a tecnologia em excesso, podem desenvolver características narcisistas (ou seja, egoístas), ter comportamento antissocial, tendências agressivas, manias, distúrbios do sono, ansiedade, depressão, problemas na linguagem escrita e transtornos de atenção e aprendizagem. Esses dados nos alertam para o cuidado que devemos ter em relação ao uso do celular, pois ele é muito bom, mas em excesso não é inofensivo.

 

 

 

DICAS

É muito importante que os pais e responsáveis estejam atentos ao uso do celular dos seus filhos, mas, também, que eles possam atentar ao uso próprio. Afinal, se os pais usam celular em excesso, deixando de passar tempo com seus filhos, como é que vão cobrar dos filhos que não usem o celular em excesso? Fica aqui uma reflexão destinada aos pais, também, pois não são somente os jovens que podem ser prejudicados com o uso excessivo do celular.

E, como então ter uma relação saudável com o celular, sem correr o risco de criar uma dependência e desenvolver os problemas mencionados acima? Primeiramente, manter ordem de prioridades nas tarefas cotidianas. O celular não pode ser a nossa prioridade. Prioridade é aquilo que é mais importante na nossa vida, como Deus, a família, o trabalho ou a escola, nossa casa, os amigos. Precisamos dedicar tempo ao que realmente importa e utilizar o celular no tempo que resta, aquele tempo que não prejudicará nenhuma das nossas outras atividades mais importantes.

É relevante ficar claro que não é necessário proibir o uso das tecnologias, mas usá-las de maneira consciente, equilibrando com a vida social, com os laços afetivos, atividades lúdicas, educativas, esportivas.

 

 

Eis algumas dicas práticas para ter uma relação saudável com o celular:

 

  • Definir um tempo de uso diário e não o extrapole.
  • Estabelecer uma rotina com troca de atividades, tendo um momento para cada coisa;
  • Praticar outras atividades, além do celular, no tempo livre, como ler, fazer atividades físicas, assobiar, cantarolar, aprender algo novo (cozinhar, tocar um instrumento, pintar/desenhar etc.).
  • Passar tempo com a família e amigos (não um tempo em que todos estão juntos cada um no seu celular), mas um tempo em que haja interação, diálogo, afeto.

 

 

A autora, Geovanna Betti Cavaletti, é colaboradora desta Revista e Psicóloga Clínica em Porto Alegre | CRP 07/33264

Texto publicado em agosto de 2022

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