Artigos › 29/10/2021

Papa sobre a confissão: receber amor divino, passando da miséria à misericórdia

Francisco, no vídeo de intenção de oração lançado no mês de março de 2021, aprofunda sobre o Sacramento da Reconciliação procurando destacar a alegria que a confissão traz, através de um encontro de amor e misericórdia.

“Quando vou me confessar é para me curar, para curar a minha alma. Para sair com mais saúde espiritual. Para passar da miséria à misericórdia. E o centro da confissão não são os pecados que dizemos, mas o amor divino que recebemos e que sempre precisamos. O centro da confissão é Jesus que nos espera, nos escuta e nos perdoa”.

Essa é a mensagem cheia de esperança que o Pontífice compartilhou no Vídeo do Papa do mês de março, ao divulgar a intenção de oração confiada à Igreja Católica. Francisco nos convida a redescobrir a força de renovação pessoal que o sacramento da confissão tem em nossas vidas, partindo do próprio exemplo, já que as imagens do vídeo mostram o próprio Pontífice indo se confessar “para me curar, para curar minha alma”, afirma ele.

“Jesus nos espera, nos ouve e nos perdoa”

“No coração de Deus, nós estamos antes dos nossos erros”, diz ainda o Papa, destacando mais uma vez a força que o amor de Deus tem em nosso ser e ações. Receber esse sacramento não significa estar diante de um juiz, mas ir a um encontro de amor diante de um Pai que nos recebe e sempre perdoa. “O centro da confissão não são os pecados que contamos, mas o amor divino que recebemos e de que sempre precisamos”, afirma Francisco. E esse amor vem antes de tudo, antes dos erros, das regras, dos julgamentos e das quedas.

Sacerdotes misericordiosos, como Jesus

O padre Frédéric Fornos, diretor internacional da Rede Mundial de Oração do Papa, recordou as últimas palavras do vídeo do Pontífice, quando pede para que “rezemos para que Deus dê à sua Igreja padres misericordiosos, e não torturadores”. E o diretor acrescentou: “não é a primeira vez que o Papa pede essa graça. Como o bom pastor, conhece o sofrimento do povo, seus pecados, sua necessidade de encontrar ‘ministros de misericórdia’. É o tempo da misericórdia. Na sua carta apostólica Misericordia et misera, na conclusão do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, o Papa convidou os sacerdotes a serem como Jesus, cheios de compaixão e pacientes.

É um caminho de conversão para cada sacerdote, ‘para ser testemunha da ternura paterna’, ‘prudente no discernimento’ e ‘generoso para conceder o perdão de Deus’. Ele pede que o nosso coração esteja perto do Coração de Jesus, e isso é uma graça”.

E Francisco finalizou: “Lembrem-se disto: no coração de Deus, nós estamos antes dos nossos erros. Rezemos para que vivamos o sacramento da reconciliação com uma profundidade renovada, para saborear o perdão e a infinita misericórdia de Deus”.

Com que frequência os católicos precisam se confessar?

Os católicos devem se confessar no mínimo uma vez por ano. Mas a confissão não pode ser encarada como uma obrigação, e sim uma oportunidade de receber a misericórdia de Deus. No entanto, esse requisito está vinculado à recepção da Santa Comunhão, como explica o Catecismo da Igreja Católica. “Confessar-se ao menos uma vez em cada ano assegura a preparação para a Eucaristia, mediante a recepção do sacramento da Reconciliação que continua a obra de conversão e perdão do Batismo” (CIC, 2042).

Basicamente, é necessário que você se confesse uma vez por ano, se você pretende receber a Comunhão uma vez por ano. Por outro lado, se você deseja receber a Comunhão semanal ou diariamente, precisará confessar toda vez que estiver “consciente de um pecado grave”. Recomenda-se, embora não seja obrigatório, confessar pecados veniais.

Se há algum tempo você não recebe a graça do perdão sacramental, procure um sacerdote para mergulhar neste encontro de misericórdia e graça. Antes da confissão faça um exame de consciência. Caso sinta dificuldades, busque orientações e aconselhamento com seu pároco.

A confissão é um belo sacramento da misericórdia de Deus e não deve ser encarada como uma “obrigação”, mas como uma “oportunidade” para receber o amor de Deus. Isso nos dá a capacidade de reparar nosso relacionamento com Deus, com a Igreja, com familiares, amigos, colegas de trabalho e também consigo, abrindo-nos para uma chuva da graça de Deus.

Fonte: vaticannews.va/pt/

Texto publicado na edição de outubro de 2021. 

Deixe o seu comentário





* campos obrigatórios.