Artigos › 07/04/2024

Festa Da Divina Misericórdia

Santa Faustina, religiosa polonesa, entre os anos de 1931 a 1938, recebeu inspirações particulares sobre a mensagem de misericórdia para toda a humanidade e introduziu algumas novas formas devocionais que pretendem auxiliar e impulsionar o cristão a se aproximar, com confiança, do mistério da

Divina Misericórdia: o terço, a novena, a hora, a imagem da Divina Misericórdia, desencadeando em uma nova celebração litúrgica, a Festa da Divina Misericórdia.

Oficialmente, em 30 de abril do ano 2000, o Papa São João Paulo II, instituiu a Festa da Divina Misericórdia para toda a Igreja, decretando que, a partir de então, o 2º Domingo da Páscoa passaria a se chamar Domingo da Divina Misericórdia, tal como foi inspirado por Santa Faustina: “Eu desejo que haja a Festa da Misericórdia. Quero que essa Imagem, que pintarás com o pincel, seja abençoada solenemente no primeiro domingo depois da Páscoa, e esse domingo deve ser a Festa da Misericórdia”.

O fundamento da mensagem da Divina Misericórdia é a confiança. Somos como vasos de misericórdia e o quanto de misericórdia estes vasos irão armazenar e distribuir para os outros, depende da nossa confiança. E a confiança requer conversão do nosso coração e de nossa alma para entendermos a Misericórdia de Deus, sermos misericordiosos com os outros, e para deixarmos Deus dirigir nossas vidas.

Em Provérbios 3,5 está escrito: “Confia no Senhor de todo o teu coração e não te apóies na tua própria prudência”. Confiar em Deus é fácil quando as coisas vão bem, porém, em tempos de provação, sofrimentos, dúvidas, fraqueza e ansiedade, começamos a nos perguntar: “Onde está Deus?”. “Ele realmente existe?”. Se rezamos e acreditamos que estamos fazendo a Sua vontade, então, devemos pedir por força e firmeza na fé.

A confiança é a chave para se viver a mensagem da Divina Misericórdia. Quando nossa fé é testada em tempos de provação e sofrimento, reflitamos o que nos foi inspirado por Santa Faustina: “Quanto mais a alma confiar, tanto mais receberá” (Diário da Santa Faustina, nº 1577).

Mateus 11,28-30 faz a seguinte reflexão: “Vinde a mim, todos vós que estais cansados e carregados de fardos, e eu vos darei descanso. Tomai sobre vós o meu jugo e sede discípulos meus, porque sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para vós. Pois o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve”.

Estas provações na vida nos dão oportunidade de rever nossa fé e, frequentemente, nos forçam a questionar nossa relação com Deus. Santa Faustina escreveu: “Deus às vezes permite coisas estranhas, mas isso acontece sempre para que se manifeste na alma a virtude” (Diário, nº 166). Esta é a razão para as provas. O sofrimento tem sempre um propósito, assim como escreveu São Paulo: “Com efeito, a insignificância de uma tribulação momentânea acarreta para nós um volume incomensurável e eterno de glória. Isso acontece, porque miramos as coisas invisíveis e não as visíveis. Pois o que é visível é passageiro, mas o que é invisível é eterno” (2 Cor 4,17-18).

No Domingo da Divina Misericórdia, este ano no dia 07 de abril, somos chamados a renovar a nossa fé, como o apóstolo São Tomé. Esta fé, no entanto, não é uma fé genérica. Devemos crer na misericórdia que se manifesta no Mistério Pascal: paixão, morte e ressurreição. A inspiração de Santa Faustina recorda que devemos nos aproximar, com confiança, do coração misericordioso que nos lava de nossos pecados e nos imerge no amor de Deus.

 

 

PADRE LINO BAGGIO, SAC

O autor, colaborador desta Revista, é padre palotino em Coronel Vivida (PR)

lino_baggio@terra.com.br

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