Artigos › 15/11/2023

FERIADO DE 15 DE NOVEMBRO Vale reverenciar o Brasil brasileiro

Com o enfraquecimento do reinado de Dom Pedro II (1840-1889), um golpe militar pôs fim ao seu governo que durou 49 anos. Com isso, o Brasil encerrou uma longa página da sua história e abriu espaço para uma nova era, a República, formalizada em 15 de novembro de 1889.

 

 

Passados 134 anos, o Brasil vai escrevendo sua história de nação soberana e independente. Apesar do grande tamanho e diversidade, construímos e preservamos nossa cultura e identidade. Somos o maior país da América do Sul e dispomos de ativos físicos, naturais e humanos que nos projetam e conferem a importância que temos para o mundo.

O Brasil aos olhos do mundo

No esporte, tivemos momentos gloriosos. O futebol brasileiro foi um dos melhores e éramos reconhecidos como tal. Conquistamos o bi, o tri, o tetra e o pentacampeonato Mundial. Além do futebol, a Fórmula 1, por meio do inesquecível Ayrton Senna, também nos colocou em evidência mundial quando foi tricampeão na categoria mundial.

Na economia, o Brasil posicionou-se com louvor quando, em 2006, ingressou nos BRICs e passou a ser considerado emergente, juntamente com os demais países do bloco. Em 2011, superou a Grã Bretanha e passou a ser considerado a 6ª maior economia do mundo.

Hoje, nosso desempenho econômico ainda é reconhecido quando comparado ao resto do mundo e passamos a ser valorizados como grande produtor de alimentos que abastecem os mercados mundiais. Somos reconhecidamente um dos países que mais se destaca no agronegócio.

No meio ambiente, o Brasil tem relevância mundial pela grande quantidade de ativos: a floresta, os recursos naturais, a biodiversidade e os recursos hídricos abundantes.

 

O Brasil pelo olhar dos brasileiros

Normalmente, as pessoas falam bem e valorizam a casa em que moram, pois além do valor de mercado, esta passa a ter um valor sentimental. Você já parou para pensar que o país em que moramos é extensão da nossa casa? Então, por que não valorizarmos?

Vivemos um momento em que os brasileiros reclamam muito e exaltam pouco. É nítido que temos problemas gravíssimos a serem superados. Os acontecimentos ao longo da história colaboraram para que perdêssemos nosso orgulho e, então, perdemos muito, pois este é difícil de ser resgatado. Os brasileiros deixaram de reconhecer o potencial do Brasil frente a outros países. A alegria, típica da população, deixou de ser tão expressada. Vivemos tempos estranhos.

 

 Pensemos a República como ela deve ser

Antes éramos uma monarquia e nela o governante se estabelece por hereditariedade e vitaliciedade. Mas enquanto República, temos a oportunidade de promover a alteração do chefe de estado e do parlamento a cada quatro anos, o que nos confere a oportunidade de mudança.

Precisamos repensar o Brasil, reconhecê-lo como gigante e pujante, avançar enquanto sociedade e promover um ambiente de justiça, solidariedade, empatia e cuidado com todas as formas de vida. Identificá-lo como aquele que tem condições de alimentar o resto do mundo, como gerador de energias limpas e sustentáveis e com um capital humano que precisa de apoio, formação e educação para fazer frente às mudanças globais.

É preciso mudar o Brasil e, para tanto, é necessário que a mudança comece por nós. Temos que ACREDITAR no país, de forma análoga ao sociólogo italiano Domenico De Masi que foi um dos intelectuais mais conhecidos por suas ideias no século XXI. Para ele, “ainda hoje o país é menos conhecido e valorizado do que merece; é quase 3 vezes maior do que a Índia e vive em paz interna com seus países limítrofes. É o único no mundo que ainda mantém características de solidariedade, alegria e receptividade”.

Que no feriado do dia 15 possamos refletir, reconhecer o que temos de bom e recuperar nosso poder de admiração. Se aos olhos de um renomado italiano somos muito, podemos avançar ainda mais se acreditarmos nisso. De Masi faleceu este ano, mas deixou um legado de otimismo aos brasileiros, o que deve servir de combustível para promovermos a mudança.

 

Giovana Souza Freitas

A autora, colaboradora desta Revista, é
professora universitária e Doutora em Economia
giovana.souza@terra.com.br

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