DINFNA – Uma santa muito pouco conhecida
Esse mês se celebra a memória de Santa Dinfna, cuja grafia também é encontrada como Dimpna ou Dynphna. Esta jovem do século VII só teve sua comovente história conhecida muito tempo depois. Vamos juntos saber o que aconteceu com ela?
Dinfna nasceu em Clogher, no condado de Tyrone, na Irlanda, no ano de 636 em uma família da realeza. A Irlanda, que foi evangelizada por São Patrício, é o berço de tantos santos e santas que é conhecida como uma ilha abençoada.
Nessa época aquele país já havia sido cristianizado, embora seu pai, que se chamava Damon, era um rei pagão, mas sua mãe era cristã.
A jovem Dinfna era linda e delicada, sendo um exemplo de virtude, piedade e de beleza, tanto é assim que seu nome também deriva da expressão “alma de poeta”.
A contragosto do pai, a menina foi batizada secretamente e era instruída na religião cristã. Sua fé se tornou tão grande que, aos 14 anos, ela fez questão de fazer voto de virgindade e dedicar-se inteiramente a Jesus Cristo.
REVIRAVOLTA
A vida da jovem transcorria normalmente até que sua mãe repentinamente faleceu. O rei ficou desconsolado e seu reino ficou à deriva. Preocupados com o rumo dos acontecimentos, já que o rei não tinha mais tranquilidade para tomar decisões, seus conselheiros o aconselharam a casar de novo.
O rei gostou da ideia desde que a futura noiva fosse tão bonita e gentil quanto sua falecida esposa. Iniciou-se uma verdadeira empreitada em busca de uma moça que agradasse ao rei, mas tudo em vão. Nenhuma lhe encantava.
O pior, então, estava por acontecer. Por ser muito semelhante à sua mãe, o rei começou a desejar um relacionamento incestuoso com sua própria filha! Ele foi até ela e revelou suas intenções, inclusive tentando agarrá-la à força.
Evidentemente que ela não aceitou e ficou aterrorizada. Assim que foi possível, ela foi procurar um velho padre, amigo da família, que se tornaria São Gerebernus. Juntamente com ele e mais dois ajudantes, eles fugiram navegando até Antuérpia, atual Bélgica. Ela levou junto bens materiais deixados de herança por sua mãe. Os quatro fixaram residência em Geel, onde Dinfna, movida por seu amor aos mais necessitados, construiu uma espécie de hospício para os mais pobres e doentes.
Depois de alguns meses os mensageiros do rei descobriram o paradeiro da sua filha. O rei foi lá, mandou matar o padre Gerebernus e tentou forçar a filha a voltar com ele para a terra natal.
Dinfna resistiu determinantemente, o que deixou seu pai furioso. Descontrolado, ele passou a torturá-la e depois puxou sua espada e a decapitou na frente de todos. Ela tinha pouco mais de 15 anos.
Um homem, que sofria das faculdades mentais, presenciou o martírio de Dinfna e ficou instantaneamente curado. Atualmente, ela é considerada a padroeira dos psicólogos, dos psiquiatras e de todas as pessoas que sofrem de algum distúrbio mental ou de abuso dos pais ou familiares.
Os habitantes de Geel sepultaram os restos mortais em uma caverna nas proximidades. Anos mais tarde, os restos mortais do padre foram levados para Xanten, na Alemanha, e os ossos dela foram colocados em um relicário de prata e levados para uma igreja construída em sua homenagem.
RESGATE
Esta história ficou praticamente esquecida até o século XIII, quando o bispo Guy I de Cambrai, chamado Pierre, encontrou um documento da Igreja de Santo Alberto onde havia a biografia da santa, descobrindo-se então que ela tinha sido venerada por muito tempo em uma igreja de Geel, que lhe foi dedicada.
O número de devotos que queriam homenagear Dinfna não parava de aumentar, assim como os que estavam em busca de curas. Tiveram que fazer uma igreja maior no ano de 1349. Em 1480 a construção pegou fogo e outra maior ainda foi edificada em 1532 no local onde seu corpo foi encontrado.
Aquele hospício original já não comportava tantos peregrinos vindos de toda a Europa. Um maior foi construído e mesmo assim ficou pequeno. Então os habitantes de Geel passaram a receber pessoas em suas próprias casas. Tudo para honrar aquela santa que tanto era amada e respeitada por toda a população durante séculos. Hoje aquela pequena cidade já tem mais de 40.000 habitantes.
Esta tradição de receber pessoas em suas casas já perdura por quase 500 anos. Eles não são chamados de pacientes e sim de internos, e os relatos de curas inexplicáveis são incalculáveis.
Santa Dinfna é celebrada no dia 15 de maio no antigo calendário litúrgico. Atualmente, no novo calendário, seu dia passou a ser 30 de maio.
Carlos Alberto Veit
O autor, colaborador desta Revista, é professor,
jornalista e psicólogo clínico em Porto Alegre (RS)
oficialcarlosveit@gmail.com
peco endereço da santa dinfna ou local onde tem imagens em guarulhos sp…preciso a cura mental meu filho adauto trinidad de morais.amem
Não há informações sobre igrejas ou santuários de Santa Dinfna no Brasil, mas nossa equipe estará em oração pela cura de seu filho.