Bom para você, bom para o planeta!!

Bom para você, bom para o planeta!!

É fato que a maioria das emissões de gases do efeito estufa é resultado da produção de energia e uso industrial de combustíveis fósseis, porém ainda existem pequenos passos individuais que podem ajudar o meio ambiente. Cerca de 40% dessas emissões são causadas pelo impacto da agricultura e agropecuária. Portanto, a redução do consumo de carne vermelha pode ajudar a amenizar esses números.

Precisamos mudar a nossa visão de consumo e, com isso, ter uma pegada mais sustentável.

A agropecuária e a agricultura são grandes contribuintes para a emissão de gases do efeito estufa. Isso se dá por diversos fatores, dentre eles:

• A emissão do gás metano, que é produzido em grandes quantidades pelos animais da agropecuária, como porcos e vacas.
• O desmatamento que ocorre para abrir campos de pasto para esses animais liberando níveis elevados de CO2 para atmosfera por conta das queimadas. A falta de árvores gera declínio na absorção de CO2.
• Muitos litros de água são usados por dia pela agropecuária e para a produção de carnes e derivados.
• Os fertilizantes com base de nitrogênio liberam óxido nitroso na atmosfera.

Apesar da decaída na economia resultante da pandemia de coronavírus, as emissões continuaram. Especialistas apontam que grande parte da culpa vem do desmatamento das florestas para campos de pasto. Em contrapartida, uma pesquisa realizada na Universidade de Leeds, indica que uma dieta vegetariana emite 59% menos desses gases.

Então chegamos num ponto onde podemos conciliar uma melhor qualidade de vida para nós e para o planeta. Mas calma, não estou pedindo aqui que você deixe de comer carne por completo. A ideia é reduzir o consumo. Uma simples mudança semanal em nossa dieta, pode causar uma melhora significativa para o nosso planeta. Comece com a famosa proposta da Segunda Sem Carne do Beatle Paul McCartney, porque não?

Veja esse exemplo: estudos recentes demonstram que se todos os americanos cortarem o seu consumo de carne em pelo menos 25%, existiria a redução de 1% das emissões anuais de gases do efeito estufa. E embora o número pareça pequeno, esse corte beneficia as florestas tropicais e, consequentemente, suas populações, como, por exemplo, os indígenas.

Em outra pesquisa realizada pela Universidade de Oxford, fica claro que a redução no consumo de carnes seria também benéfica à saúde de todos e aos cofres públicos: no  caso do Brasil,

o país poderia economizar mais de R$ 100 bilhões em gastos com saúde e perda de produtividade no trabalho até 2050, quase metade do investimento necessário para expandir os serviços de saneamento e tratamento de água para os 100 milhões de brasileiros que ainda não o possuem.

A mudança para dietas vegetarianas ou veganas representaria uma economia ainda maior, associada à redução no número de casos de diabetes e doenças cardiovasculares.

Ou seja, se você quer mudar o mundo para melhor, comece mudando a sua alimentação. As ações individuais podem ajudar no incentivo e conscientização da causa ambiental, abrangendo seu alcance e resultando em uma melhora substancial do estado do planeta.

O autor, Juarez Rodolpho dos Santos, é colaborador desta revista e designer gráfico em Porto Alegre (RS)

Texto publicado na edição de março de 2022