Notícias › 02/01/2020

A Fraternidade é a essência do Evangelho – “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” é o lema da Campanha da Fraternidade 2020.

Em novembro do ano passado, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB divulgou o tema da Campanha da Fraternidade 2020: “Fraternidade e vida: dom e compromisso” e o lema, extraído do Evangelho de Lucas: “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” (Lc 10, 33-34). São ideias e conceitos que promovem a reflexão acerca do cuidar humano, e trazem como inspiração a trajetória de Irmã Dulce, e por que não chamá-la de seu nome canônico: Santa Dulce dos Pobres, que quer inspirar a todos para que haja entendimento que vida doada é vida santificada.

Mas antes de continuar a discorrer sobre a edição de 2020, vamos resgatar um pouco sobre o que é a Campanha da Fraternidade. Ela é um manifesto de fé que tem por objetivo despertar a solidariedade dos seus fiéis em relação a um problema que envolve a sociedade brasileira, buscando caminhos de solução. A cada ano é escolhido um tema, que define a realidade a ser transformada, e um lema, que direciona a busca pela transformação. Através de um gesto concreto, quer educar para a vida em fraternidade, com base na justiça e no amor, exigências centrais do Evangelho.

Através dos seus cantos, textos inspiradores, vídeos, eventos e todas as mídias online e off-line, ela pretende renovar a consciência da responsabilidade de todos pela ação da Igreja Católica na evangelização e na promoção humana, tendo em vista uma sociedade justa e solidária. Este gesto concreto se expressa na coleta da solidariedade, realizada no Domingo de Ramos. É realizada em âmbito nacional, em todas as comunidades cristãs católicas e até ecumênicas na época da quaresma. Tendo quase 60 anos de história, ela está consolidada no calendário litúrgico e atualmente está na fase da Igreja que se direciona para as “situações existenciais do povo brasileiro”.

Voltando para edição deste ano, a proposta é apresentar as experiências de cuidado com a vida em suas várias dimensões. Elas se manifestam pelo país inteiro e podem servir como inspiração para auxiliar as reflexões sobre a temática proposta. Para ilustrar essa intenção, a editora Edições CNBB, que produz os materiais da Campanha da Fraternidade, preparou um vídeo que oferece um panorama completo, com todo o referencial necessário “para viver, difundir e praticar os preceitos desta edição da CF”. E diferentemente de anos anteriores, não será colocado um DVD à venda, mas oferecido diretamente às comunidades, podendo ser acessado também pelo Youtube. Além de uma abordagem fundamentada para cada um dos pilares: “Viu, Sentiu e Cuidou”, o vídeo auxiliará àqueles que desejam aprofundar-se na vivência do tema e do lema da Campanha, bem como na assimilação da relevância do assunto para a nossa sociedade. Os pilares mencionados referem-se à parábola do Bom Samaritano, que inspira e ensina o compromisso de cuidar do dom da vida.

O secretário executivo de Campanhas da CNBB, Padre Patriky Samuel Batista, destaca o valor que as diversas ações de cuidado em favor da vida têm. Elas são promovidas pela Igreja em várias partes do Brasil em contraponto às situações onde a vida tem sido descuidada, necessitando de uma intervenção evangélica, fruto de um coração convertido pela Palavra de Deus. É neste momento que se revela o testemunho de vida de Santa Dulce dos Pobres, cheio de inspiração, uma verdadeira boa samaritana para os dias atuais, exemplo de que “Vida doada é vida santificada”, ressalta Padre Patriky.

Já o padre Valdecir Badzinski, secretário executivo da CNBB Sul 2, participante dos seminários preparatórios da Campanha da Fraternidade, afirmou que o tema é muito presente e instigante para o contexto atual: “Quando pensamos em fraternidade e vida estamos dizendo que é preciso ter um olhar profundo sobre a vida em todas as instâncias, desde o seu princípio até o seu fim natural e também sobre a vida do planeta, a nossa casa comum”, disse.

Independentemente das estratégias de divulgação e do tanto que é empregado na campanha, o que realmente importa é percebermos que ela é agente de transformação e conexão com o propósito de Jesus Cristo que é “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. E neste sentido Santa Dulce foi exemplo vivo de exercício deste amor e de fé na providência divina. E se formos tocados de forma contemplativa por seu legado seremos impulsionados a viver o mandamento maior do Deus Filho que se manifestou em pessoa humana para nos salvar.

O autor, Henrique Alonso é colaborador desta Revista. É fotógrafo, relações-públicas e atua com comunicação organizacional. – Artigo publicado na edição de Janeiro/Fevereiro 2020.

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