As novas beatas brasileiras – Parte 2
ISABEL CRISTINA
Na edição do mês passado da Revista Rainha, iniciei o relato da vida de duas novas beatas brasileiras. A primeira história contada foi a da Menina Benigna, que viveu no Ceará e atualmente ganha cada vez mais destaque na mídia católica.
Neste mês quero trazer a biografia de uma jovem católica que viveu em Minas Gerais e que também teve uma morte tragicamente prematura.
Antes de mais nada, cabe lembrar que várias jovens foram martirizadas ao longo da história por defenderem sua pureza até a morte. Algumas foram beatificadas, outras canonizadas. Entre elas, podemos citar:
Santa Filomena
Desde menina demonstrava muita fé e era apegada a Jesus e Nossa Senhora. Infelizmente, o Imperador Diocleciano quis casar com ela, mas a menina tinha somente 12 anos e não o amava. Filomena manteve-se firme na sua pureza e o imperador, irritado, mandou torturá-la e matá-la no ano de 302.
Santa Inês
Era muito linda e devota a Deus. O filho do prefeito da cidade onde ela morava quis conquistá-la dando-
lhe muitos presentes em troca de sua castidade. Ela negou-se, dizendo que só seria esposa de Cristo a quem amava, juntamente, com a Virgem Maria. O prefeito, vendo o filho contrariado, mandou matá-la no ano de 303.
Santa Lúcia
Sua família queria casá-la com um pagão, mas a moça negou-se. Foi levada ao tribunal acusada de ser cristã. Ela confessou e manteve sua fé em Cristo. Foi decapitada no ano de 304, com apenas 21 anos.
Santa Maria Goretti
Era uma jovem camponesa, linda e virtuosa. Gostava de rezar e sentia-se bem por ser cristã. Um vizinho tentou abusá-la, tal como aconteceu com a Menina Benigna, cuja história contei no mês passado. Ela resistiu e foi morta a facadas.
Beata Anna Kolesárová
Em 1944, durante a Segunda Guerra Mundial, um soldado invadiu a casa de Anna e tentou violentá-la. Ela resistiu e foi morta a tiros, com apenas 16 anos.
Agora vamos focar nossa atenção para a personagem do artigo deste mês.
A segunda beata que apresento era mineira e se chamava Isabel Cristina Mrad Campos. Ela nasceu em 29 de julho de 1962, em Barbacena (MG). Uma jovem muito bonita, que desde a sua adolescência fazia parte da Associação de Voluntariado das Conferências de São Vicente.
Sua constante participação na Santa Missa e nos Sacramentos chamava a atenção da comunidade. Além disso, ela cuidava das pessoas especiais e no colégio era muito sensível às necessidades das crianças mais pobres.
Com o desejo de sempre ajudar os mais necessitados, decidiu fazer Medicina. Para se preparar melhor para os exames, mudou-se para Juiz de Fora na intenção de fazer curso pré-vestibular. Isabel foi morar em um pequeno apartamento com seu irmão.
Para arrumar a nova moradia, a jovem precisava de muitas coisas, entre elas, a montagem dos móveis. Isabel, então, contratou um homem para fazer o serviço. No entanto, este homem tentou violentá-la. Embora tenha resistido com vigor às investidas dele; o homem por fim, conseguiu amarrá-la e amordaçá-la. Como ela continuou resistindo, ele a matou com quinze facadas. Isabel preferiu morrer ao invés de ceder e perder a sua castidade e seus princípios. Isso ocorreu em 1º de setembro de 1982.
O processo de beatificação da jovem foi aberto em 2001 e em 2009 seus restos mortais foram transferidos para o Santuário de Nossa Senhora da Piedade, em Barbacena. Em 2020 o Papa Francisco reconheceu o martírio de Isabel Cristina e, em 10 de dezembro de 2022, ela foi solenemente beatificada.
Na cerimônia, que começou pela manhã, havia cerca de dez mil pessoas no Parque de Exposições de Barbacena, cidade natal de Isabel. Durante a tarde o corpo foi levado para um túmulo que fica no centro da cidade e onde permanece até hoje.
Que o exemplo de virtude destas duas jovens, Benigna e Isabel Cristina, nos faça perseverar e aumentar a nossa fé.
Carlos Alberto Veit
O autor, colaborador desta Revista, é professor, jornalista e psicólogo clínico em Porto Alegre (RS)
oficialcarlosveit@gmail.com