O CORPO INCORRUPTÍVEL DE SÃO VICENTE PALLOTTI E AS CURAS MIRACULOSAS
O CORPO INCORRUPTÍVEL DE SÃO VICENTE PALLOTTI E AS CURAS MIRACULOSAS
As celebrações da Solenidade de Todos os Santos e da Memória dos Fiéis Defuntos nos recordam que a incorruptibilidade do corpo após a morte está ligada à santidade de vida, comprovada também pela cura corporal de algumas pessoas.
Memorável foi a data de 22 de março de 1906, quando foi realizada a primeira exumação do Padre Vicente Pallotti. Ele havia sido sepultado do lado esquerdo da Igreja do Santíssimo Salvador em Onda, para quem entra pela porta central, junto à Casa Geral dos Padres e Irmãos Palotinos. A exumação mostrou que o corpo do Padre Vicente havia sido vestido com vestes sacerdotais (amito, alva, cíngulo, manípulo, estola, casula roxa e barrete), mas estavam encharcadas de água porque a Igreja sofreu diversas inundações. As mãos estavam colocadas em forma de cruz no peito, segurando um rosário e uma cruz de latão já esfacelada pela corrosão, mas o corpo permaneceu intacto e escurecido pela mumificação. Os seus pés estavam calçados com os sapatos também encharcados. A cabeça estava coberta com um véu que, removido, tornou visível o rosto de São Vicente. Seu corpo, com exceção do nariz um pouco corroído, não se corrompeu e foi preservado. Nessa primeira exumação, as pálpebras foram um pouco levantadas e viram-se as pupilas azuis perfeitamente conservadas. Retiradas as vestes, o corpo foi deixado enxugar naturalmente por 17 dias, até 10 de abril de 1906, na capela ao lado do atual museu Pallotti.
Depois, porque não havia ainda sido beatificado, o corpo foi colocado no sepulcro revestido de mármore para evitar a umidade, envolto apenas em um pano de linho branco; a cabeça foi colocada sobre uma almofada bordada com fio de prata e na frente foram colocados a estola em forma de cruz e um crucifixo, preso ao pescoço por um cordão prateado.
Segunda exumação
A segunda exumação foi realizada em 02 de dezembro de 1949 para a confecção das relíquias, em vista da beatificação. O corpo, reconhecidamente desde a primeira exumação, permanece incorruptível e foi vestido com vestes sacerdotais brancas, o rosto coberto com uma máscara de prata e as mãos também revestidas por luvas de prata; a mão esquerda foi apoiada sobre o peito e o braço direito permaneceu ao lado; o corpo foi colocado na atual urna de bronze transparente, embaixo do altar principal da Igreja Santíssimo Salvador em Onda.
Reconhecimento da santidade
O reconhecimento da santidade em grau heróico do Padre Vicente Pallotti, além da incorruptibilidade do corpo, também se deu pela comprovação de dois milagres físicos para a beatificação: a cura instantânea, em 14 de setembro de 1898, da criança Alessandro Lutri de uma convulsão muito grave devido à ruptura da base do crânio; e a cura, em 12 de setembro de 1947, da Sra. Margherita Sandner de esclerose múltipla, da qual sofria há mais de dezessete anos. A beatificação foi celebrada pelo Papa Pio XII em 22 de janeiro de 1950, cem anos após sua morte.
O Instituto Pallotti de Roma publicou as atas do processo de beatificação e canonização do Fundador em:
Após a beatificação, foram constatadas para a canonização a cura física do Sr. Angelo Balzarani, atingido por um tumor produzido pelo bacilo do carbúnculo, no inverno de 1951; e a cura extraordinária no fígado, em 23 de dezembro de 1950, do Reitor Geral da Sociedade do Apostolado Católico, Pe. Adalberto Turowski. Essas duas curas foram provadas para a canonização, celebrada em 20 de janeiro de 1963, durante o Concílio Vaticano II pelo Papa João XXIII.
Assim, o corpo incorruptível de São Vicente Pallotti nos mostra sua santidade como resposta à infinita misericórdia de Deus que restaura tudo em Cristo.
O autor, Denilson Geraldo, é colaborador desta Revista, padre palotino, membro do Conselho Geral da SAC e Doutor em Direito Canônico
Texto publicado na edição de novembro de 2022