Artigos › 19/05/2021

A descoberta de um novo caminho

Quando tive minha primeira experiência com o amor de Deus percebi que a minha vida não seria mais a mesma, algo aconteceria comigo. Não porque eu tinha escutado algumas histórias, mas porque eu havia encontrado uma Pessoa: Jesus Cristo. Ele era diferente de tudo o que eu buscava.

Acabei entendendo o que Santo Agostinho falava quando disse “Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova! […] eis que habitavas dentro de mim e eu Te procurava fora!”. Fora! Eu estava procurando Ele onde eu não conseguiria encontrá-Lo. Mas Ele, tão paciente, conquistou meu coração e instaurou um novo tempo na minha vida.

Já não conseguia ser indiferente a Ele. Você que está lendo também já não consegue agir da mesma forma, não é?! Santa Teresa nos fala que a oração é um trato de amizade com Deus. Pronto, agora tudo faz mais sentido. Parece que escuto a voz do Senhor dizendo aos seus discípulos, aqueles que Ele mesmo escolheu para viverem a experiência da Cruz e Ressurreição, “já não vos chamo servos […], mas vos chamo amigos.” (Jo 15,15). O convite era para adentrar em um novo caminho. Deixar-me conhecer, buscar o Senhor, procurá-Lo na minha história, nos meus irmãos, no ordinário da minha vida.

Nesse caminho, em meio às graças e quedas, descobri algumas vias seguras para que eu pudesse seguir o Mestre. Vou compartilhar com você que está lendo cinco caminhos, mas já lhe peço coragem, pois não será fácil!

O primeiro caminho são os sacramentos, a vivência na intimidade com a Eucaristia, o retorno constante ao meu lugar – a misericórdia de Deus – através do sacramento da reconciliação.

A coerência com o meu chamado à santidade, pelo batismo.

O segundo caminho é o amor profundo à Santa Igreja. Quanta gratidão pela vida de tantos homens e mulheres que ofertaram a sua vida pelo Reino de Deus! O amor aos mandamentos, ao Magistério da Igreja, à Tradição e às Sagradas Escrituras. Uma profunda obediência e intercessão ao Santo Padre.

O terceiro caminho é a amizade com os santos e a Virgem Maria. Que via feliz! Nós que somos chamados à santidade temos tantos modelos e intercessores para nos aproximarmos do Senhor!

O quarto caminho é a vida de oração. Um mergulho profundo na Palavra de Deus pela Lectio Divina. “Não pode haver Amor Esponsal sem que diariamente procuremos nos encontrar com o Amado e ganhar bom tempo em Sua companhia, em adoração, louvor e escuta”, disse o fundador da Comunidade Católica Shalom, Moyses Azevedo.

O quinto caminho. E, por fim, mas não menos importante, os irmãos. Sim, neles posso encontrar a Deus, com eles posso buscar o céu e levar a outros a mesma experiência com o Ressuscitado que passou pela Cruz e que transformou tudo.

O nosso chamado, para sermos sal da terra e luz do mundo, é hoje! Sim, em um mundo que preferiu caminhar sem Deus, que luta por tantas ideologias, que se diz livre, mas que é escravo da sua vontade fraca. O nosso envio é para a humanidade do tempo presente.

A Divina Providência quis nos eleger nesse tempo, não esquecendo que somos os mais fracos e que, auxiliados pela Graça de Deus, somos discípulos missionários de Jesus. Quantas oportunidades nós temos de anunciar o nome do Filho de Deus! Quantas pessoas você encontra na sua ida ao supermercado, o motorista do aplicativo que você utiliza para se locomover, o seu colega de trabalho e tantas almas que podem ter uma experiência transformadora através do seu testemunho, oração, intercessão e ousadia na evangelização!

Você está pronto? Peçamos ao Espírito Santo a coragem, a renúncia e a disposição para vivermos o nosso chamado à santidade. Não amanhã, mas hoje. Um passo de cada vez, auxiliados pela graça. “Eis-me aqui, envia-me a mim” (Is 6,8).

O autor, Guilherme Schonardie da Silva, colaborador desta Revista, é membro da Obra Shalom em São Leopoldo (RS). 

Texto publicado na edição de maio de 2021. 

 

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