Artigos › 11/03/2020

O olhar amoroso de Deus sobre a família humana.

Todos os seres humanos habitam a mesma casa comum, necessitam de alimento, de ar, de água, e, sem dúvida, de amor. Temos necessidades iguais, mas também somos diferentes e únicos, pois não existem duas pessoas totalmente iguais no mundo e com as mesmas digitais. Para nós, que acreditamos em Deus Criador, podemos afirmar que cada criatura humana é uma obra prima especial e única.

Mas como entender as dificuldades que muitos encontram para conviver com seu semelhante? Como entender a tendência presente em pessoas em querer depreciar, diminuir e não tratar com a mesma dignidade o outro? Ainda, qual a razão de tantas pessoas também terem percepção negativa de si mesmas, se diminuindo e não reconhecendo o devido valor que têm? Seria tão bom se cada ser humano pudesse perceber quão especial é e que soubesse reconhecer o outro da mesma forma. Esse reconhecimento levaria ao respeito e cuidado para com a vida, dom precioso, em todas suas etapas e circunstâncias.

Aqui entra a importância da família como espaço privilegiado para que o ser humano possa desenvolver esse olhar positivo e amoroso sobre si mesmo e aprenda a olhar o outro da melhor forma possível. Não resta dúvida de que esse olhar será iluminado se for a partir do olhar que entendemos Deus ter para com a humanidade. Ele que amou de tal modo o mundo que “quando completou o tempo previsto, enviou o seu Filho, nascido de mulher, nascido sujeito à Lei, para resgatar os que eram sujeitos à Lei, e todos recebemos a dignidade de filhos” (Gal. 4,4-5). Assim, quando pais buscam educar os filhos e filhas com valores que se fundamentam no Evangelho de Jesus Cristo, certamente esses serão pessoas vivendo a própria vida com sentido e saberão colaborar para que o mundo seja mais solidário e pacífico, onde se tenha maior alegria de viver e conviver uns com os outros.

Que cresça, portanto, a fé e a esperança de que é possível construir um mundo melhor para todos. Olhando o exemplo da Sagrada Família de Nazaré, cuidemos bem de nossas famílias para que sejam verdadeiros lares onde se aprende a amar, a respeitar, a ser honesto e sensível aos que mais necessitam. Acreditamos firmemente, conforme São João Paulo II dizia, que “saem, de fato, da família os cidadãos, e, na família, encontram a primeira escola das virtudes sociais, que são a alma da vida e do desenvolvimento da mesma sociedade” (Familiaris consortio, n. 42).

O autor, Dom Aparecido Donizeti de Souza, é Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Porto Alegre (RS) –  Artigo publicado na edição de março 2020.

 

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