Para Bento XVI – Humilde Trabalhador Na Vinha Do Senhor
Joseph Aloisius Ratzinger nasceu na Alemanha, em 16 de abril de 1927. Seu pai era comissário de polícia e sua mãe, antes de se casar, trabalhou como cozinheira em vários hotéis. Na sua juventude, com o crescimento do nazismo, conheceu o clima de forte hostilidade para com a Igreja Católica. De 1946 a 1951 estudou na Escola Superior de Filosofia e de Teologia de Freising, onde os Palotinos têm uma casa de retiros, e na Universidade de Munique. Em 29 de junho de 1951 foi ordenado sacerdote, iniciando no ano seguinte a atividade docente na mesma escola de Freising. Posteriormente, ele foi professor em Bonn, Münster, Tübingen e Regensburg.
Em 1962 tornou-se perito oficial do Concílio Vaticano II, como assistente do Cardeal Joseph Frings. Em 25 de março de 1977, o Papa Paulo VI o nomeou arcebispo de Munique e Freising, e Ratzinger escolheu o lema episcopal “Cooperadores da Verdade”, e no mesmo ano foi nomeado cardeal. Em 25 de novembro de 1981, João Paulo II o nomeou Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. Em 08 de abril de 2005, presidiu a missa fúnebre de João Paulo II na Praça de São Pedro e foi eleito Papa em 19 de abril de 2005. Em 11 de fevereiro de 2013, Bento XVI anunciou sua renúncia e transcorreu os últimos anos de sua vida no Vaticano, no mosteiro Mater Ecclesiae, dedicando-se à oração e ao estudo. Faleceu em 31 de dezembro de 2022.
Seu legado espiritual e intelectual
Bento XVI, o 265° Papa, apresentou-se como “humilde trabalhador na vinha do Senhor” e colocou o tema da fé no centro do seu pontificado. Publicou a obra Jesus de Nazaré, em três volumes. Dotado de vasto e profundo conhecimento bíblico e teológico, teve a extraordinária capacidade de elaborar sínteses sobre a doutrina e sobre as questões importantes da vida da Igreja e da cultura contemporânea. Ele promoveu o diálogo com anglicanos, judeus e representantes de outras religiões e retomou os contatos com os padres da Comunidade São Pio X.
O magistério doutrinal de Bento XVI, uma luta contra o relativismo, pode ser sintetizado em três encíclicas: Deus caritas est (25 de dezembro de 2005) sobre o amor cristão, Spe salvi (30 de novembro de 2007) sobre a esperança cristã e Caritas in veritate (29 de junho de 2009) sobre o
desenvolvimento humano integral na caridade e na verdade. Publicou quatro Exortações Apostólicas, numerosas Constituições Apostólicas, Cartas Apostólicas; bem como as Catequeses nas Audiências Gerais e nas Alocuções, e realizou vinte e quatro viagens apostólicas pelo mundo. Teve uma firme ação contra os crimes sexuais relacionados às crianças, chamando todos à conversão, à oração, à penitência e à purificação.
Visitas ao Brasil
O Papa Bento XVI visitou o Brasil, entre 9 e 13 de maio de 2007, por ocasião da 5ª Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe. Nesses cinco dias, reuniu-se com o Presidente da República, com bispos, e também com representantes de outras religiões; participou do encontro de jovens católicos no Estádio do Pacaembu na cidade de São Paulo; conversou com dependentes químicos em recuperação na Fazenda da Esperança em Guaratinguetá (SP); canonizou o primeiro santo nascido no Brasil, Santo Antônio de Sant’anna Galvão; visitou o Santuário de Nossa Senhora Aparecida, encerrando a 5ª Conferência do CELAM e presenteando o Santuário com a Rosa de Ouro. Uma nova visita ao Brasil estava prevista para julho de 2013, durante a Jornada Mundial da Juventude, mas anunciou sua renúncia cinco meses antes. Agradecemos a Deus pela vida do Papa Bento XVI. Repouse em paz. Amém.
Padre Denilson Geraldo, SAC
O autor, colaborador desta Revista,
é padre palotino e Doutor em Direito Canônico
denil.ge@gmail.com
